Pescador nas horas vagas, o motorista Antônio Dias Neto da Silva
ainda custa a acreditar que pegou um peixe de 1,10 metro e
cerca de 46 quilos, no Lago de Manso, represamento de águas
do Rio Cuiabá. Ele contou que ficou surpreso com o tamanho
do peixe, o maior que ele já tinha pescado na vida. Segundo
o pescador, o peixe se parece muito com um pacu, mas biólogos
da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) tentam
identificar a espécie.
Temeroso devido ao tamanho do peixe, o pescador achou melhor acionar
a Sema. Ele afirmou que o peixe foi pego no anzol há pouco mais
de uma semana, na comunidade da Barra de Bom Jardim, no
município de Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá .
“Moro nessa comunidade há 20 anos e nunca vi coisa parecida.
Mas há três anos um colega meu também pegou um peixe que
pesava 32 quilos”, comentou.
Depois de limpo, o peixe pesou 42 kg. Antônio contou que, quando
a linha enroscou no peixe, ele sentiu pesar. Quando pesou, ficou
com medo que pudesse ser outro bicho e pensou também que
fosse um peixe de couro, sem escamas, que costuma ser maior.
“Na hora, fiquei nervoso e pensei que iria escapar porque a linha
não iria aguentar, mas quando vi que o peixe não era liso pensei:
tenho que tirar rapidamente se não quando contar vão dizer que é
história de pescador”, disse.
Antônio disse que, após acionar a Sema, limpou o peixe e retirou
as vísceras para verificar o tamanho, peso e espécie. “Pensei
em chamar porque fiquei com medo de ser proibido pescar um
peixe desse tamanho e até ser preso. Então era bom que
alguém me orientasse sobre o que fazer".
Uma equipe técnica da Sema foi até o local para identificar
o peixe, de acordo com o coordenador de Fiscalização de
Pesca da secretaria, Júlio Reiners. “Fomos ao local para
realmente checar essa informação porque não é todos
os dias que temos um peixe desse tamanho.
O máximo que já vimos foi um pacu de 27 a 28 kg”, informou.
Júlio disse que, quando chegou ao local, o pescador disse
que iria vender o peixe porque tinha recebido incentivo de
amigos e poderia ganhar um bom dinheiro, porém, o orientou
a não vender, já que se trata de algo raro. Disse que é preciso
estudar sobre a espécie, divulgar e talvez depois deixar o peixe
exposto no museu da cidade.
Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
Francisco Arruda Machado, especialista em impactos em corpos hídricos,
transposição de peixes e perícias ambientais, não se trata de um pacu
e tudo indica, segundo ele, que seja um tambacu. "Isso é um tambacu
pelo tamanho das escamas, que também se semelham as do pacu",
afirmou, ao informar que, mesmo se realmente se tratar de um tambacu
ainda é grande, pois o maior que já viu pesava 38 quilos.
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