"Não tem mais água, tem pouca comida no mercadinho, tem poucos remédios, as vacinas já estragaram no posto... A gente precisa muito de ajuda", resumiu a agricultora Maria Helena Neves, que mora no Patrimônio Guairacá, a aproximadamente 40 km do centro de Londrina. Com a queda da ponte sobre o Rio Taquara, que ligava o patrimônio ao Distrito de Paiquerê, os moradores ficaram isolados. "Para sair daqui, só de helicóptero agora", contou, por telefone. Até a manhã de ontem, os moradores permaneciam sem água. "A luz voltou à tarde e o telefone voltou agora cedo", afirmou Maria Helena Neves. Segundo a Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-Ld), cerca de 450 pessoas vivem no patrimônio.
A ponte de concreto foi arrastada pela água na noite de segunda-feira. Desde então, os moradores não conseguem sair do patrimônio. Uma gestante em trabalho de parto foi levada a um hospital de Londrina pelo helicóptero do Grupamento Aeropolicial (Graer). "Tem outra estrada que leva até o Distrito de Lerroville, mas ela está muito ruim. Ninguém consegue passar por lá. É muito lisa", reclamou Maria Helena. Na manhã de ontem, moradores na outra margem da ponte olhavam para os estragos sem saber o que fazer.
Dois oficiais do Exército que atuam no 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, em Porto União (SC), coletaram dados e avaliaram os estragos nas áreas urbana e rural de Londrina e região. O tenente Marcone Chaves da Silva Junior informou que os dados serão repassados aos oficiais superiores para avaliação. "Tecnicamente é um desafio. Estamos avaliando toda a região. Vimos outras pontes que caíram e levantamos os dados. Até agora, este é um dos lugares mais críticos", avaliou. Uma das possibilidades é a construção de uma ponte flutuante ancorada nas margens. Entre os dados que precisam ser averiguados estão a velocidade da correnteza, a profundidade do rio e a distância entre as margens. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina, a intenção é avaliar a possibilidade de uma parceria técnica voltada para os distritos rurais.
A visita foi acompanhada por um representante da Defesa Civil Estadual e pelo secretário municipal de Obras, Valmir Matos. "Temos que estudar um local para fazer uma ponte provisória para deixar aqui liberado para a construção de uma nova ponte. O espaço é de, aproximadamente, 30 metros de extensão. Vamos precisar de uma estrutura potente", adiantou o secretário. Maquinários da Secretaria Municipal de Agricultura serão levados à estrada que liga Guairacá e Lerroville para liberar o acesso. Conforme o secretário de Obras, mais de 17 pontes foram danificadas nas áreas urbana e rural de Londrina. O prejuízo é estimado em R$ 36 milhões. No Patrimônio Regina, a ponte permaneceu no local, mas precisa de adequações estruturais. Por lá, o trânsito deve ser liberado em até uma semana. Na Rodovia Mábio Gonçalves Palhano, a liberação deve ocorrer em, aproximadamente, dez dias, segundo Matos.
PAIQUERÊ E IRERÊ
Nos dois distritos próximos a Guairacá, houve danos nas estradas rurais e nas plantações, segundo os moradores. O trabalhador rural Elias da Silva Oliveira trabalha em uma propriedade de Paiquerê, nas margens do Rio Taquara. Os moradores da região permanecem sem energia elétrica. "Estamos sem luz desde segunda. A chuva levou cerca, levou poste, levou tudo. Por sorte, a plantação ficou", contou. O acesso a Paiquerê e Irerê só foi liberado no final da tarde de ontem com o fim dos bloqueios na PR-445. "Agora é só pedir para Deus conservar esse tempo firme", comentou o produtor rural de Paiquerê, Benedito Gregório. Em Irerê, 36 pessoas, entre motoristas e passageiros, permaneceram no terminal de ônibus do transporte coletivo da noite de segunda-feira até a o final da tarde de terça. "Foi muito difícil.
O pessoal pousou aqui dentro dos ônibus. Demos as refeições e improvisamos tudo. Depois, na terça, um ônibus levou o pessoal até a PR-445, eles andaram um trecho a pé e outro ônibus conseguiu continuar o percurso até Lerroville", relatou a agente do terminal de ônibus de Irerê, Marian Ramos da Silva. Com a volta dos sinais de telefone fixo e celular, as ligações não pararam durante a manhã. "É o pessoal pedindo informação sobre a volta das linhas."
Saulo Ohara/Equipe Folha
A ponte de concreto foi arrastada pela água na noite de segunda-feira. Desde então, os moradores não conseguem sair do patrimônio. Uma gestante em trabalho de parto foi levada a um hospital de Londrina pelo helicóptero do Grupamento Aeropolicial (Graer). "Tem outra estrada que leva até o Distrito de Lerroville, mas ela está muito ruim. Ninguém consegue passar por lá. É muito lisa", reclamou Maria Helena. Na manhã de ontem, moradores na outra margem da ponte olhavam para os estragos sem saber o que fazer.
Dois oficiais do Exército que atuam no 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, em Porto União (SC), coletaram dados e avaliaram os estragos nas áreas urbana e rural de Londrina e região. O tenente Marcone Chaves da Silva Junior informou que os dados serão repassados aos oficiais superiores para avaliação. "Tecnicamente é um desafio. Estamos avaliando toda a região. Vimos outras pontes que caíram e levantamos os dados. Até agora, este é um dos lugares mais críticos", avaliou. Uma das possibilidades é a construção de uma ponte flutuante ancorada nas margens. Entre os dados que precisam ser averiguados estão a velocidade da correnteza, a profundidade do rio e a distância entre as margens. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina, a intenção é avaliar a possibilidade de uma parceria técnica voltada para os distritos rurais.
A visita foi acompanhada por um representante da Defesa Civil Estadual e pelo secretário municipal de Obras, Valmir Matos. "Temos que estudar um local para fazer uma ponte provisória para deixar aqui liberado para a construção de uma nova ponte. O espaço é de, aproximadamente, 30 metros de extensão. Vamos precisar de uma estrutura potente", adiantou o secretário. Maquinários da Secretaria Municipal de Agricultura serão levados à estrada que liga Guairacá e Lerroville para liberar o acesso. Conforme o secretário de Obras, mais de 17 pontes foram danificadas nas áreas urbana e rural de Londrina. O prejuízo é estimado em R$ 36 milhões. No Patrimônio Regina, a ponte permaneceu no local, mas precisa de adequações estruturais. Por lá, o trânsito deve ser liberado em até uma semana. Na Rodovia Mábio Gonçalves Palhano, a liberação deve ocorrer em, aproximadamente, dez dias, segundo Matos.
PAIQUERÊ E IRERÊ
Nos dois distritos próximos a Guairacá, houve danos nas estradas rurais e nas plantações, segundo os moradores. O trabalhador rural Elias da Silva Oliveira trabalha em uma propriedade de Paiquerê, nas margens do Rio Taquara. Os moradores da região permanecem sem energia elétrica. "Estamos sem luz desde segunda. A chuva levou cerca, levou poste, levou tudo. Por sorte, a plantação ficou", contou. O acesso a Paiquerê e Irerê só foi liberado no final da tarde de ontem com o fim dos bloqueios na PR-445. "Agora é só pedir para Deus conservar esse tempo firme", comentou o produtor rural de Paiquerê, Benedito Gregório. Em Irerê, 36 pessoas, entre motoristas e passageiros, permaneceram no terminal de ônibus do transporte coletivo da noite de segunda-feira até a o final da tarde de terça. "Foi muito difícil.
O pessoal pousou aqui dentro dos ônibus. Demos as refeições e improvisamos tudo. Depois, na terça, um ônibus levou o pessoal até a PR-445, eles andaram um trecho a pé e outro ônibus conseguiu continuar o percurso até Lerroville", relatou a agente do terminal de ônibus de Irerê, Marian Ramos da Silva. Com a volta dos sinais de telefone fixo e celular, as ligações não pararam durante a manhã. "É o pessoal pedindo informação sobre a volta das linhas."
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