terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A CRISE FINANCEIRA FAZ PAIS TROCAR ESCOLA PARTICULAR POR PÚBLICA

 

 Federação Nacional das Escolas Particulares aponta queda de até 12% nas matrículas neste ano; em Londrina, pedidos na rede municipal triplicaram!

Quem podia agora não pode mais...

Maior migração para a rede pública ocorreu nas classes C e D; rede municipal de Londrina teve 600 pré-matrículas nas últimas semanas, contra média de 200 nesta época do ano

A crise econômica provocou uma migração de alunos da rede privada para a rede pública. Em âmbito nacional, as matrículas caíram entre 10% e 12% nas escolas particulares neste ano, segundo a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). No Paraná, não há números precisos. O Sindicato das Escolas Particulares (Sinep) de Londrina admite uma redução de 8%, mas o Sinep-PR acredita em estabilidade ou, no máximo, queda de 2%.
"Teve migração maior de escolas que atendem as classes C e D, que cresceram mais nos últimos cinco anos com aquela ilusão do grande boom do crescimento. Essas classes tinham o sonho de colocar os filhos na escola particular e, com os cortes que fizeram no orçamento, a escola não coube mais", diz Amábile Pacios, diretora da Fenep. De acordo com ela, nas escolas que atendem as classes A e B, houve aumento que variou de 3% a 4% nas matrículas.
O presidente do Sinep de Londrina, Alderi Ferraresi, fez uma pesquisa informal ontem à tarde com diretores das escolas privadas menores. E estimou uma redução de 8%. "Mas não há nenhum desespero por causa de perda de aluno", declara. Segundo ele, as matrículas vêm diminuindo nos últimos anos devido a outros fatores, como a queda do índice de natalidade. "Dá para atribuir à crise apenas 4%, 5%", diz ele. Nas escolas particulares maiores, ele estima que a redução nas matrículas tenha sido menor.

REDE MUNICIPAL
Na rede municipal de Londrina, a procura por pré-matricula nas últimas semanas triplicou na comparação com o mesmo período do ano passado, o que pode indicar migração de alunos da rede privada. A secretária municipal da Educação, Janet Thomas, afirma que a Prefeitura recebeu 600 pedidos desde 25 de janeiro. O normal seriam cerca de 200. "A gente percebe que os pais demoraram para tomar a decisão (de mudar os filhos para a rede pública). No fim do ano passado, não houve muitos pedidos. Penso que os pais aguardaram o início do ano para ver como a economia se comportava. Como as perspectivas são ruins, acabaram fazendo a mudança", declara.
De acordo com ela, está sendo difícil encaixar tantos novos alunos na rede municipal. Antes de fazer a matrícula propriamente dita, os pais fazem a pré-matrícula. Em seguida, a Prefeitura faz o georreferenciamento e pede para os pais procurarem a escola mais próxima de suas residências para a matrícula. "Pode ser que os alunos novos não consigam vaga perto de casa", afirma.

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