Veni vidi vici – vim, vi e venci – é uma de suas frases célebres. E, de
fato, ele venceu em todas as frentes de batalha. Ao ser destituído do
cargo de governador das Gálias, o Senado Romano esperava que Júlio César
depusesse as armas e voltasse como homem comum para Roma.
Mas César sabia que, se isso acontecesse, seria levado ao tribunal. Por
isso, decidiu invadir a província da Itália e, ao atravessar o Rubicão
(riacho que delimitava a fronteira da parte central do território
romano), teria pronunciado a também famosa frase Alea jacta est ("A
sorte está lançada"). Após alguns anos de guerra civil, ele era o
imperador absoluto de Roma.
César viveu no auge do período das conquistas romanas. De 200 a.C. até o
476 d.C., Roma atravessou quase sete séculos de contínua expansão
territorial, formando um império ainda mais vasto do que o de Alexandre,
o Grande (356 a.C.-323 a.C.). Após haver conquistado Roma e a península
itálica, Júlio César invadiu o Egito, intervindo na disputa dinástica a
favor de Cleópatra. Em 47 a.C., chegou à Ásia, onde obteve rápida
vitória sobre o rei da província bizantina de Ponto.
Por medo ou bajulação, o Senado
passou a cobri-lo de honrarias. Com excesso de poder acumulado em suas
mãos, acabou criando inimizades, e desprezava toda e qualquer crítica ou
advertência. A República não lhe interessava, por estar convencido de
que, com instituições democráticas, era impossível governar um império
mundial. Sob seu reinado, a República foi sistematicamente transformada
num sistema ditatorial.
"Até tu, Brutus"
Júlio César governava sentado em trono de ouro. Os senadores eram
obrigados a aprovar projetos de lei que não haviam lido. Ele aumentou em
mais de 300 o número de membros do Senado, nomeando amigos para os
novos postos. Em termos militares, tinha ainda grandes planos. Queria
conquistar o reino dos Partos (região entre o mar de Aral e o mar
Cáspio), para formar uma nova monarquia mundial.
Porém, poucos dias antes de iniciar a nova campanha militar, sucumbiu a
um ataque dos conspiradores. No dia 15 de março de 44 a.C., foi
assassinado com 23 facadas, nas escadarias do Senado, por um grupo de 60
senadores, liderados por Marcus Julius Brutus, seu filho adotivo, e
Caio Cássio. Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga,
até ver Brutus, quando então teria dito sua última famosa frase: "Até
tu, Brutus".
Trata-se do mais conhecido atentado político da Antiguidade, descrito
por Caio Suetônio Tranquilo (70 d.C.-140 d.C.), na biografia De vita
Caesarum (Da vida dos Césares). "César" foi o título dos imperadores
romanos de Augusto (63 a.C.-14 d.C.) a Adriano (76 d.C.-138 d.C.).
Caio Júlio César foi morto por haver desprezado a opinião dos seus
adversários. Supõe-se que seus assassinos não tinham apenas motivos
políticos, como também agiram por inveja e orgulho ferido. Matar um
tirano, na época, não era considerado crime. Não há, porém, consenso
entre os historiadores de que Júlio César tenha sido um tirano. Muitos
de seus planos não foram concretizados, mas ele deu uma orientação
completamente nova ao desenvolvimento do Império Romano.
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