terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

EXECUTIVO DA ODEBRECHT FOI PRESO AO TENTAR ESVAZIAR COFRE DE BANCO SUÍÇO!

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Sede da empreiteira Odebrecht - Michel Filho / 24-7-2015
SÃO PAULO — O executivo Fernando Migliaccio da Silva, ligado à Odebrecht, foi preso por autoridades suíças ao tentar encerrar contas e esvaziar um cofre num banco em Genebra, no último dia 17. Com prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro, Migliaccio foi detido por ordem do Ministério Público Federal suíço. Segundo os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, a prisão dele está vinculada às investigações das autoridades suíças sobre a atuação da Odebrecht naquele país e pode estar relacionada aos mesmos fatos apurados na Lava-Jato. As autoridades suíças desconheciam o mandado de prisão expedido no Brasil.
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Migliaccio, segundo os investigadores da Lava-Jato, possui uma gama de empresas offshore e contas em pelo menos três bancos estrangeiros - PKB, Audi e Barclays, todos na Suíça. Ele é apontado como responsável por offshores e contas que foram usadas pela Odebrecht para pagar propina no exterior. A quebra de sigilo de e-mails usados pelo executivo mostrou que ele tinha poder para administrar uma conta usada pela Constructora Internacional Del Sur, que pagou propinas a dois ex-funcionários da Petrobras, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, ambos delatores da Lava-Jato. Ele também administrava uma conta em nome da offshore Klienfeld, também usada para transferir propinas para Barusco e Costa. Os documentos que comprovam a administração das contas foram obtidos com a quebra de sigilo de dois e-mails usados pelo executivo, um deles da própria Odebrecht. Segundo a PF, os documentos foram digitalizados dentro da empresa.
Uma das contas da Klienfeld foi usada para transferir dinheiro também para o publicitário João Santana e para a mulher dele, Mônica Moura. O casal recebeu por meio da offshore ShellBill, que mantinha conta no banco Heritage.
Segundo o Ministério Público Federal, Migliaccio foi transferido para os Estados Unidos depois de iniciadas as investigações da Lava-Jato, no segundo semestre de 2014. No primeiro semestre de 2015 esteve no Brasil, mas voltou para os Estados Unidos depois que foram feitas buscas e apreensões na Odebrecht, em junho de 2015. A Odebrecht pagou todas as despesas e providenciou os vistos.
Migliaccio foi funcionário da Odebrecht até 2015. Apesar de ter se desligado formalmente da empresa, o MPF apreendeu documentos que mostram que ele continuou a receber salário. A casa onde Migliaccio mora, na Flórida, foi adquirida por uma das offshores abertas por ele.
Para os investigadores, a mudança de Migliaccio foi uma das "manobras orquestradas por Marcelo Odebrecht e seus funcionários", destinadas a dificultar ações de investigação das autoridades brasileiras.

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