sexta-feira, 1 de abril de 2016

BLOG SABER: COMO DESENVOLVER A RESILIÊNCIA?


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Toda grande caminhada se inicia com um primeiro e decisivo passo (Internet)
Aprendendo a ser
A resiliência psicológica caracteriza a nossa capacidade de enfrentar problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas sem que haja abatimento significativo de nosso ânimo ou mesmo dano permanente à nossa psicologia, de forma que possamos restituir integralmente nosso estado de equilíbrio emocional original.
Vimos também que a resiliência é apontada pelos especialistas como uma competência – tanto de indivíduos quanto de organizações – e como tal, pode ser ensinada e aprimorada. Assim cabem duas perguntas determinantes: Como faço para tornar-me mais resiliente? Como aprimorar minha resiliência para uma resposta mais rápida?
Vamos à primeira pergunta:
É consenso entre especialistas que existem características comuns entre os indivíduos com ampla capacidade de enfrentamento das adversidades, denominados, por esta razão, fatores de resiliência tais como: vontade de viver, autoestima, amor próprio, respeito próprio, esperança, crença, autonomia, iniciativa pessoal, autodeterminação, busca de significado para a vida, autoafirmação, preservação da identidade, curiosidade e capacidade de estabelecer bons relacionamentos.
Se eu quiser me tornar mais resiliente, devo procurar incrementar cada um desses fatores. Evidentemente é um processo que se inicia na infância e avança muitas vezes de forma natural, reunindo consciência, atitudes e habilidades ativadas nos processos de enfrentamento de situações em todos os campos da vida.
Na vida adulta a resiliência se comporta como uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam desenvolvimento de forças no indivíduo, forças essas arregimentadas com o objetivo claro de se efetuar o enfrentamento das adversidades.
Numa analogia grosseira, poderia se dizer que o indivíduo arregimenta valores morais durante a vida, como alguém que organiza um kit de sobrevivência na selva. No momento de emergência pode fazer uso desses componentes para resolver as contingências.
Cabe também salientar que apenas o fato de possuir tal kit já atua como um elemento tranquilizador no momento em que ocorrem as tensões. Daí o sangue frio de um indivíduo resiliente no momento de enfrentamento das adversidades.
Num outro exemplo, o motorista que, ao efetuar uma viagem de carro, prepara-se com antecedência efetuando a revisão no veículo, conferindo o kit de segurança, etc., viaja com maior tranquilidade. Assim entendido, pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.
Daí, no instante do enfrentamento não faltarem “soluções” em seu “kit de sobrevivência”. É fácil entender também o porquê de muitos indivíduos resilientes não ficarem “destroçados psicologicamente” antes, durante ou depois do enfrentamento de um grande problema:
•    Primeiro: confiam em si mesmos e em sua capacidade de resolver problemas.
•    Segundo: sempre dão o melhor de si nesse enfrentamento da adversidade (não cabendo, a posteriori, nenhuma forma de arrependimento ou remorso).
•    Terceiro: possuem a consciência de seu verdadeiro tamanho.
Nessa constatação fica evidente que existem problemas cuja solução é coletiva e/ou depende de habilidades muito além de sua capacidade, daí a necessidade de capacitação e do trabalho em equipe.
Fórmulas mágicas  x  aprendizado
Também é evidente que não existem fórmulas mágicas ou receitas milagrosas para que um indivíduo se torne resiliente da noite para o dia. Aliás, a maioria das pessoas peca exatamente nesse quesito:
– Procura por uma chave mestra capaz de resolver todos os problemas da vida.
Muitos descobrem às duras penas que isso não existe, e assim perdem as esperanças, tornando-se amargos, pessimistas e derrotados. Outros, atemorizados perante a vida,  se entregam a toda sorte de crendices e superstições, tentando delegar a outros aquilo que é unicamente de sua responsabilidade.O determinante, a meu ver, é buscar o esclarecimento, como diz Immanuel Kant em seu idealismo transcendente. Algo como aprender a fabricar chaves.
O esclarecimento, nesse viés, é aprender a fazer uso de seu próprio entendimento. De sua própria capacidade de resolver problemas. Afinal, essa é uma das razões de nossa razão. Resolver problemas. Afinal, para que serve nossa inteligência?

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