22/04/2016 às 10:47 - Atualizado em 22/04/2016 às 13:54
No final de seu discurso na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU),
em Nova York, a presidente Dilma Rousseff anunciou que não poderia terminar
sua mensagem sem citar o "grave momento" que o Brasil vive. Sem mencionar
nominalmente o impeachment que corre no Congresso Nacional, Dilma disse
que o povo brasileiro é "trabalhador e tem grande apreço pela liberdade" e
vai saber "impedir qualquer retrocesso [na democracia]". A presidente
participou de uma reunião na ONU para assinar o Acordo de Paris sobre
Mudança do Clima e constrangeu internacionalmente o Brasil. "O Brasil
é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e
construir uma pujante democracia", afirmou Dilma.
orientada por assessores a repetir na reunião da ONU o que vem falando
O discurso foi mais ameno do que o esperado. A petista havia sido
no Brasil, que o processo de impedimento é um "golpe". A estratégia era
criar pressão internacional contra seu afastamento, mas o único apoio
que recebeu foi de figuras como Nicolás Maduro, da Venezuela, e
do ditador cubano Raúl Castro. Após a divulgação da estratégia
do Planalto, Dilma foi criticada na quarta-feira pelo decano do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello.
O ministro afirmou que é um "gravíssimo equívoco" dizer que há um golpe em curso
no Brasil, uma vez que o "Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal já
deixaram muito claro o procedimento de apurar a responsabilidade política da
presidente". Segundo Celso de Mello, o processo de impeachment "respeitou,
até o presente momento, todas as fórmulas estabelecidas na Constituição" e tem
transcorrido em um clima de "absoluta normalidade jurídica".
Clima - A presidente reiterou os compromissos firmados no Acordo de Paris e disse
Clima - A presidente reiterou os compromissos firmados no Acordo de Paris e disse
que países em desenvolvimento, como o Brasil, "têm apresentado resultados expressivos".
De acordo com ela, seu governo traçou "metas ambiciosas e ousadas porque sabe que
os riscos associados aos efeitos negativos recaem sobre as populações vulneráveis".
Para Dilma, ao mesmo tempo em que o país deve trabalhar para cumprir as metas
ambientais, precisa pensar também em reduzir a pobreza e a desigualdade.
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