quinta-feira, 26 de maio de 2016

SERÁ QUE "POLÍTICA, FUTEBOL E RELIGIÃO NÃO SE DISCUTEM?"

  • SERÁ VERDADE QUE ESTAS COISAS NÃO PODEM SER DISCUTIDAS?




    Dizem que “ que política, futebol e religião não se discutem.” 
    Seria verdade ou há controvérsia? 
      É bom enfatizar que religião significa religare, palavra latina que quer dizer "religar", o que levaria, seguindo o raciocínio, à ideia de "religar o homem a Deus". 

    Concorda? 
      "  Lutero afirmava, que não adianta reflexão e meditação se logo o homem vai pecar de novo. Deus, portanto, devia ser compreendido através do que tem de espetacular: a glória e os milagres. E vai além: “Ele apresenta a Teologia da Cruz, reforçando que Deus se fez homem para ser compreendido. E quem o homem contempla na cruz? A si mesmo."

    Seria correta esta afirmativa? 
      Na época de Lutero, suas ideias eram difundidas por diversos meios. Um deles, muito comum em Veneza, era embrulhar peixe e castanhas com seus escritos. No Brasil do século XX, foram usadas principalmente duas formas de comunicação que garantiram o crescimento do protestantismo. A primeira foi a TV, com a possibilidade de um alcance amplo, e a segunda foi o boca a boca, que traz credibilidade para o discurso, segundo explicou Eduardo Refkalefsky, professor de Comunicação da UFRJ.
     
    “Existe uma estratégia midiática, especialmente para a TV. A internet não tem o mesmo poder porque tem interatividade, é mais anárquica, não é centralizada e industrial como o rádio e a TV, que são unidirecionais. Eu falo, você me escuta”, discorreu Refkalefsky. Já a evangelização boca a boca, segundo ele, faz o discurso ser mais fácil de acreditar. “‘A pessoa que está do lado é igual a mim. Então eu também posso viver assim’. As pessoas usam o próprio exemplo para evangelizar. E nossa cultura facilita essa estratégia”, explicou.
     
    O pesquisador citou ainda a grande miscigenação no Brasil como o fator primordial para a construção de uma religiosidade igualmente misturada no país. “Aqui é o único lugar onde teve miscigenação em larga escala de três etnias. Isso tem ligação com uma religiosidade profundamente sincrética”, destacou o professor. Refkalefsky disse que não foi um processo somente de misturar elementos, mas de juntar teorias opostas. 

      Em Portugal, você tem um catolicismo menos reformado pelo Concílio de Trento. É mais medieval, com uma visão bastante franciscana do mundo, da natureza”, lembrou o professor. Essas culturas religiosas misturaram-se também às indígenas e surgiram figuras como profetas e rezadeiras.
     
      Depois desses questionamentos, não sobrou tempo para discutir a política e o futebol, mas não ficaram dúvidas de que religião é um ótimo tema para a discussão.

Comentários 

Fabiano


  • Amados antes de Constantino o que tínhamos e depois de Constantino o que temos? E  só observar...
  • Elaine Pereira Farrell


    Se o professor Eduardo Refkalefsky ao dizer que: "No Brasil do século XX, foram usadas principalmente duas formas de comunicação que garantiram o crescimento do protestantismo. A primeira foi a TV, com a possibilidade de um alcance amplo, e a segunda foi o boca a boca, que traz credibilidade para o discurso" se referiu ao uso da TV como o primeiro meio de difusão do cristianismo de vertente evangélica apenas para fins didáticos, tudo bem, mas essencialmente tal afirmação é um erro. O primordial meio de divulgação do evangelho sempre foi o 'boca a boca', ou usando um termo mais correto, apropriado, e adequado à lógica interna do movimento, devemos dizer “evangelismo ou testemunho pessoal/individual”. Esse meio de divulgação e arrebanhamento de fiéis sob a intenção de compartilhar “as boas novas” e introduzir/encorajar pessoas à “um relacionamento pessoal com Deus” é a condição sine qua non da lógica cristã evangélica. O uso da TV é um adicional recente, que não é nem de longe mais eficiente do que o “evangelismo pessoal”, ou “boca a boca”. Não sei quais são os métodos de pesquisa dos professores, mas gostaria de sugerir aqui que uma investigação mais etnológica, incluindo  visitas às reuniões evangélicas de diversas denominações e entrevistas com cristãos evangélicos de diferentes classes sociais iria contribuir consideravelmente para o entendimento que acadêmicos jornalistas não cristãos possuem sobre o movimento que são frequentemente errôneas, inadequadas e caricaturadas. No entanto, acho que a iniciativa de “discutir” ou “refletir” sobre religião excelente.
  • Eleison Diettrich de São Christovão


    Eu gostaria de deixar registrado que fui contra uma fala do professor Eduardo: " A primeira foi a TV, com a possibilidade de um alcance amplo, e a segunda foi o boca a boca, que traz credibilidade para o discurso, segundo explicou Eduardo Refkalefsky, professor de Comunicação da UFRJ. “Existe uma estratégia midiática, especialmente para a TV. A internet não tem o mesmo poder porque tem interatividade, é mais anárquica, não é centralizada e industrial como o rádio e a TV, que são unidirecionais. Eu falo, você me escuta”, discorreu Refkalefsky". discordo totalmente ao que ele disse, porque eu entendo que essa construção da inteligência coletiva, mesmo que anárquica é confiável sim, inclusive mais confiável do que a unidirecional, uma vez que sendo de diversas fontes, todos têm o direito de concordar ou discordar delas e ainda criar uma própria. Essa crença no discurso unidirecional é perigosa e autoritária.


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