Quem nunca ouviu falar na Loira do
Banheiro? Histórias como essa eram espalhadas em escolas e até pelos
pais das crianças, com o intuito de dar exemplos e até fazê-las obedecer
aos pais. No entanto, quando esses medos são tratados como algo bobo ou
desnecessário, ou a criança não aprende a lidar bem com essas
situações, elas podem trazer problemas na vida adulta
De acordo com os especialistas, as
crianças não têm maturidades para lidar com os medos sozinhas e precisam
do apoio dos adultos. Um estudo publicado na revista científica
Psychiatric Annals, por exemplo, mostrou que elas podem se tornar
ansiosas e apresentarem problemas até a vida adulta, se esses temores
não fores superados.
Os medos podem variar, mas as histórias
usadas como exemplo ou para educar, podem ficar na cabeça de alguns
adultos, apesar de ser algo relativamente raro. Mesmo assim, alguns
adultos costumam ter medo do escuro, de palhaços ou mesmo de ir ao
banheiro sozinhos. Isso porque por mais que a pessoa não vivencie a
situação, ela passou tanto tempo sendo incentivada a temer essas
histórias, que elas se tornaram de alguma forma reais em sua mente.
Especialistas afirmam que o medo
irracional muitas vezes é ligado a associação entre fatos: o medo não
está no palhaço ou no banheiro, mas na própria pessoa, que associa isso
tudo a algo assustador, em uma fantasia.
Entre essas histórias podemos destacar o
bicho-papão e o homem do saco, usando para assustar crianças
desobedientes, ou mesmo a gangue do palhaço, uma história real de São
Paulo. Mas uma das mais famosas é a Loira do Banheiro, que inclusive foi
inspirada em uma situação real:
Loira do Banheiro
A lenda da Loira do Banheiro é uma das
principais histórias que compõem o imaginário quando o assunto são
lendas e histórias misteriosas. Comum em diversas escolas, até hoje, não
se sabe ao certo como ela começou. Dizem que essa mulher aparece no
banheiro feminino com algodões no nariz e roupa toda branca. Além disso,
é possível invocá-la com alguns rituais que variam de escola para
escola: alguns dizem ser preciso jogar um fio de cabelo na privada,
chutá-la e dar descarga três vezes, outros afirmam que só é possível
trazê-la falando seu nome três vezes diante do espelho...
A história se espalhou como uma forma de
ensinar os alunos a não matarem aula, já que em uma das versões ela é
uma menina que ao escapar da sala de aula, escorregou no banheiro e
faleceu. No entanto, existem outras versões, como a de uma professora
morta pelos alunos ou a de uma estudante assassinada pelo zelador da
escola...
O mais aceito, no entanto, é que a lenda
tenha começado em 1891 com a morte de Maria Augusta de Oliveira, filha
do Visconde de Guaratinguetá, que foi forçada a se casar aos 14 anos e
decidiu fugir para Paris, onde viveu até os 26 anos. Depois de sua
morte, o corpo foi trazido de volta para o Brasil, mas seu caixão foi
violado por saqueadores que queriam suas joias e o atestado de óbito foi
perdido. Depois, seu corpo ficou em uma redoma de vidro enquanto um
túmulo era construído no cemitério de Guaratinguetá. Mas as pessoas
diziam que já haviam visto a garota pedindo para sair da redoma, e assim
começou a lenda.
Anos depois, em 1902, a mansão do
Visconde se tornou uma escola, onde a lenda da Loira do Banheiro se
espalhou, principalmente depois de um incêndio misterioso em 1916.
Muitos alunos diziam vê-la nos banheiros, e assim a lenda se espalhou.
Além disso, existe também a ligação da
loira com a Bloody Mary anglo-saxã. Essa personagem aparece no espelho
caso você chame seu nome três vezes, e muitos dizem que a loira do
banheiro faz o mesmo.
Por mais que existam diferentes origens
para a história da Loira do Banheiro, o efeito que ela causa em quem
ouve a fábula é o mesmo: o medo de ir ao banheiro sozinho e se deparar
com uma arrepiante surpresa.
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