Oferecido nas gôndolas da rede
americana de hipermercados Walmart e da catarinense Comper, em lojas do
próprio município e também na capital Campo Grande, o leite Missões é o
único em Mato Grosso do Sul nesse sistema de produção. Tornou-se, por
isso, uma referência para outros produtores. Em agosto do ano passado,
Lineu Pasqualotto, 50 anos, dono da Agropecuária Missões, abriu pela
primeira vez a porteira da fazenda para um dia de campo e recebeu a
visita de 400 pecuaristas e técnicos interessados em conhecer a
qualidade do gado e o laticínio. “O leite é nobre para a saúde, possui
qualidades não encontradas em outros alimentos e a pesquisa tem vindo
com novas descobertas, provando os seus benefícios”, diz Pasqualotto.
Máquinas especializadas: na Agropecuária Missões,
400 vacas da raça jersey, em lactação, produzem 3,5 mil litros de leite
por dia, a maior parte vendido com tipo A
“Como negócio, tem tudo para dar certo, mas não está fácil. O leite é o
setor produtivo que mais sofre com as oscilações da economia em crise,
como tem acontecido mais fortemente desde julho do ano passado.”
Pasqualotto decidiu investir no produto em 2009, destinando à atividade
parte de sua fazenda de produção de grãos e de gado de corte. Por isso,
tem acompanhado esse cenário com lupa. Além de produtor, hoje ele é
também um dos integrantes da Câmara Setorial do Leite em Mato Grosso do
Sul, órgão que reúne governo, instituições de pesquisa, produtores e
indústria. “Na cadeia produtiva leiteira, o que nós mais precisamos é de
produto de qualidade”, diz Pasqualotto. “O Mato Grosso do Sul ficou
ilhado nesse mercado, por falta de investimentos, tem baixa produção por
vaca, leite com pouca gordura e proteína. Mas, creio que é possível
reverter o quadro.”
A produção leiteira no Estado foi de cerca de 540 milhões de litros em
2015, ocupando a 13ª posição no País. O rebanho de 711 mil vacas produz
uma média de dois litros por dia, menos da metade da média brasileira,
que é de 5,5 litros, de acordo com a consultoria Informa Economics FNP. A
baixa produtividade vem do rebanho com animais de raças não
especializadas, como a girolanda e jersey, e da dieta pouco nutritiva,
muitas vezes baseada em pastagens degradadas. O Valor Bruto da Produção
(VBP) leiteira, que é o movimento financeiro da atividade no campo, está
estimado entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, de acordo com Orlando
Serrou Camy Filho, coordenador do Programa Leite Forte, uma iniciativa
do governo do Estado com órgãos de assistência técnica ao produtor, como
Senar e prefeituras. Para se ter uma ideia, o Estado de Minas Gerais,
que ocupa o primeiro lugar em produção no País, ordenha 16 vezes mais
leite do que os sul-mato-grossenses. São nove bilhões de litros anuais,
com VBP estimado de R$ 6,7 bilhões em 2015. “Estamos longe do potencial
do Estado, que poderia produzir pelo menos três vezes mais”, diz Camy
Filho. “Há muito por fazer em Mato Grosso do Sul, começando pela
organização dentro da porteira.” A DINHEIRO RURAL, que procura mostrar
as iniciativas de empreendedores do campo – sempre do ponto de vista do
negócio financeiramente sustentável –, foi em busca de exemplos que
estão fazendo a diferença para mudar o setor leiteiro local. O Mato
Grosso do Sul é forte no agronegócio, com um Produto Interno Bruto (PIB)
agropecuário de cerca de R$ 15 bilhões obtidos em 2015. Por exemplo, em
grãos, é o quinto maior produtor de soja e o terceiro maior de milho,
com 16,5 milhões de toneladas cultivadas na safra passada. Na pecuária,
com 21 milhões de bovinos, ocupa o quarto lugar entre os maiores
rebanhos do País.
Os objetivos principais deste blog "Comunicando para Refletir" são de emitir informações, artigos publicados na mídia, sobre problemas sociais que atingem todas as camadas sociais. Isso não quer dizer que sou o dono da verdade, às vezes minhas ideias não são iguais as suas, e são respeitadas as opiniões expostas. Queremos um mundo melhor e por isso expressaremos sobre cidadania, ética na política, bons costumes familiares. Acima de tudo buscaremos a ética e moral dos bons costumes.
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