terça-feira, 5 de julho de 2016

BLOG RURAL : EM MATO GROSSO DO SUL 400 VACAS "JERSEY" PRODUZEM 3,5 MIL LITROS DE LEITE POR DIA!

 Oferecido nas gôndolas da rede americana de hipermercados Walmart e da catarinense Comper, em lojas do próprio município e também na capital Campo Grande, o leite Missões é o único em Mato Grosso do Sul nesse sistema de produção. Tornou-se, por isso, uma referência para outros produtores. Em agosto do ano passado, Lineu Pasqualotto, 50 anos, dono da Agropecuária Missões, abriu pela primeira vez a porteira da fazenda para um dia de campo e recebeu a visita de 400 pecuaristas e técnicos interessados em conhecer a qualidade do gado e o laticínio. “O leite é nobre para a saúde, possui qualidades não encontradas em outros alimentos e a pesquisa tem vindo com novas descobertas, provando os seus benefícios”, diz Pasqualotto.

Máquinas especializadas: na Agropecuária Missões, 400 vacas da raça jersey, em lactação, produzem 3,5 mil litros de leite por dia, a maior parte vendido com tipo A

“Como negócio, tem tudo para dar certo, mas não está fácil. O leite é o setor produtivo que mais sofre com as oscilações da economia em crise, como tem acontecido mais fortemente desde julho do ano passado.” Pasqualotto decidiu investir no produto em 2009, destinando à atividade parte de sua fazenda de produção de grãos e de gado de corte. Por isso, tem acompanhado esse cenário com lupa. Além de produtor, hoje ele é também um dos integrantes da Câmara Setorial do Leite em Mato Grosso do Sul, órgão que reúne governo, instituições de pesquisa, produtores e indústria. “Na cadeia produtiva leiteira, o que nós mais precisamos é de produto de qualidade”, diz Pasqualotto. “O Mato Grosso do Sul ficou ilhado nesse mercado, por falta de investimentos, tem baixa produção por vaca, leite com pouca gordura e proteína. Mas, creio que é possível reverter o quadro.”
A produção leiteira no Estado foi de cerca de 540 milhões de litros em 2015, ocupando a 13ª posição no País. O rebanho de 711 mil vacas produz uma média de dois litros por dia, menos da metade da média brasileira, que é de 5,5 litros, de acordo com a consultoria Informa Economics FNP. A baixa produtividade vem do rebanho com animais de raças não especializadas, como a girolanda e jersey, e da dieta pouco nutritiva, muitas vezes baseada em pastagens degradadas. O Valor Bruto da Produção (VBP) leiteira, que é o movimento financeiro da atividade no campo, está estimado entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, de acordo com Orlando Serrou Camy Filho, coordenador do Programa Leite Forte, uma iniciativa do governo do Estado com órgãos de assistência técnica ao produtor, como Senar e prefeituras. Para se ter uma ideia, o Estado de Minas Gerais, que ocupa o primeiro lugar em produção no País, ordenha 16 vezes mais leite do que os sul-mato-grossenses. São nove bilhões de litros anuais, com VBP estimado de R$ 6,7 bilhões em 2015. “Estamos longe do potencial do Estado, que poderia produzir pelo menos três vezes mais”, diz Camy Filho. “Há muito por fazer em Mato Grosso do Sul, começando pela organização dentro da porteira.” A DINHEIRO RURAL, que procura mostrar as iniciativas de empreendedores do campo – sempre do ponto de vista do negócio financeiramente sustentável –, foi em busca de exemplos que estão fazendo a diferença para mudar o setor leiteiro local. O Mato Grosso do Sul é forte no agronegócio, com um Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário de cerca de R$ 15 bilhões obtidos em 2015. Por exemplo, em grãos, é o quinto maior produtor de soja e o terceiro maior de milho, com 16,5 milhões de toneladas cultivadas na safra passada. Na pecuária, com 21 milhões de bovinos, ocupa o quarto lugar entre os maiores rebanhos do País.

Nenhum comentário:

Postar um comentário