Apesar de não conter ácido propenilsulfênico – substância encontrada na cebola – o feijão carioca está fazendo muito consumidor chorar nas últimas semanas. De acordo com pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) o item subiu 49,37% em relação ao mês passado. Enquanto no fechamento de maio o quilo do produto saía, em média, a R$ 3,67; em junho fechou a R$ 5,49. No geral, enquanto no fechamento de maio o conjunto de 34 itens era encontrado com preço médio de R$ 543,30, em junho foi a R$ 563,73, o que representa custo adicional de R$ 20,44.
Na visão do engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá de Benedetto, as medidas do governo não devem surtir o efeito desejado. “A iniciativa de importação de feijão não devem resolver muito para os paulistas, acostumados a consumir o feijão carioquinha, isto porque as importações são predominantemente do feijão preto. O feijão carioquinha é um produto exclusivamente doméstico e o hábito de consumo é muito regional; nesta época de preços altos os consumidores deveriam se curvar e optar pelo consumo de outras variedades, como o próprio feijão preto, o fradinho, ou outro que há no mercado, que neste momento se apresentam com preços mais vantajosos”.
Vezzá reitera ainda que os preços em alta neste mês são uma continuidade do que já vinha ocorrendo há algum tempo e se acentuou com a ocorrência de geadas em várias regiões do país.
O outro item da cesta que apresentou alta significativa foi a unidade do pé de alface, que ficou 16,40% mais caro. Isto ocorreu porque as hortaliças folhosas foram as mais prejudicadas com o excesso de geadas. “Extensas áreas cultivadas no cinturão verde de São Paulo foram completamente destruídas. O problema se aplica a todo tipo de vegetal e afeta grandes áreas, pois as geadas ocorridas no Sul do País obrigaram estes consumidores a procurarem os alimentos em São Paulo também, fazendo com que a oferta se restringisse bastante”, concluiu.
Já o item da cesta que mais caiu em relação a maio foi a cebola, que apresentou retração de preço de 25,03%. Segundo Vezzá, o bulbo apresenta os preços mais baixos neste momento porque hoje há o abastecimento com cebolas de origem baiana, principalmente da região de Irecê, que se tornou um grande produtor para esta época do ano e tem sido a fonte de abastecimento à região sudeste.
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