quarta-feira, 13 de julho de 2016

CRÔNICA DO OSVALDO : "ÀS VEZES SOMOS ESTRANHOS NO MEIO DA MULTIDÃO"

    Nos tempos atrás, a gente tentava sentar-se num banco do calçadão ou da praça, logo aparecia alguns conhecidos e o papo corria solto. Hoje me sentei em frente da Pernambucana, e via o vaivém de pessoas todas desconhecidas. Será que não verei nenhum conhecido? Realmente não vi ninguém que conhecesse e dissesse um alô.
Comecei a pensar. Muitos de certa idade vive só, embora numa multidão. Cadê os conhecidos?
Eu e você precisamos aceitar o fato que somos sozinhos – talvez numa multidão, mas você está vivendo só; certeza de companhia sua esposa, marido, namorada, namorado.
Que você possa viver com alguém por vinte anos, trinta anos, cinquenta anos – não faz nenhuma diferença, vocês irão permanecer estranhos. Sempre e sempre vocês serão estranhos. 
Aceite o fato de que somos estranhos; que não sabemos quem você é, que você não sabe quem eu sou. Eu mesmo não sei quem sou, então como você pode saber? 
É a realidade, sente-se num banco do calçadão ou de uma praça, se você for reconhecido por muitas pessoas, ainda não é alguém perdido na multidão!

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