segunda-feira, 4 de julho de 2016

PADRE MANUEL JOAQUIM, DE LONDRINA, PERCORREU 824 QUILÔMETROS ENTRE FRANÇA E ESPANHA!







                     Nascido em Chaves, norte de Portugal, e radicado em Londrina desde 1987, 
    Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos celebrou 25 anos de ordenação sacerdotal no
    ano passado. "E eu entendi que deveria ter um período sabático. 
    Um período para fazer uma coisa diferente, algo que envolvesse a área espiritual,                     psicológica, motivacional, humana e física", explica. A escolha foi o Caminho de                      Santiago de Compostela, que percorreu durante 30 dias entre abril e maio deste
        ano, contabilizando 824 quilômetros.

        Segundo o padre Manuel Joaquim, em 2015, 59 mil peregrinos fizeram o Caminho
 de Santiago. "Em primeiro lugar, os franceses, em segundo, os espanhóis e os italianos 
 em terceiro. Me chamou muito a atenção o fato de o Caminho estar virando moda nos             Estados Unidos, não por acaso, foram o quarto grupo mais numeroso. Os donos das                 grandes empresas (norte-americanas) estão chamando os executivos com 25 anos 
         de casa para fazer o Caminho."

   Para o padre, o caminho envolve superação do esforço físico, determinação, coragem
 e enfrentamento da rotina. "Você chega no albergue só com a sua mochila, fica em um quarto com 50 pessoas, homens e mulheres que você nunca viu e tem dois banheiros. Então isso te obriga a viver com o essencial – duas meias, duas cuecas e duas blusas – a lavar a sua roupa porque no dia seguinte precisa estar com a sua roupa lavada", relata. "Essa rotina é um desafio muito grande para uma pessoa habituada a ter uma casa
 grande com mordomias, é um aprendizado."

"No início da caminhada fizemos uma reunião no primeiro albergue para descobrir o motivo de cada um estar fazendo o Caminho. Éramos 20 pessoas de 15 países. A ideia 
que ficou mais forte foi o 'one way to myself', um caminho para mim mesmo. A maior parte das pessoas não professava religião nenhuma. 
Eu mesmo evitei falar que era padre, só falei para algumas pessoas no final do Caminho", lembra.

Para o padre, "independentemente da religião, o caminho para mim mesmo é um autoconhecimento, uma reconciliação consigo mesmo, uma reflexão. Na verdade, é 
como se a pessoa procurasse responder as famosas perguntas quem sou eu, de onde venho, para onde vou e o que estou fazendo neste mundo. Esta parada estratégica eu entendo que todo ser humano deveria fazer em algum momento", indica. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário