A
Gleba Palhano está bem longe de ser um dos bairros mais violentos da
cidade, o que não quer dizer que a violência não atinja os moradores
daqui. É comum, nas reuniões do Conselho de Condomínios Residenciais da
Gleba Palhano,
ConGP, moradores
relatarem casos de furtos, roubos, assaltos à mão armada, sequestros
relâmpagos, tráfico de drogas e outros tipos de crimes.
Há
anos o ConGP tenta implantar no bairro um sistema de segurança privada,
mas todos os planos esbarraram na burocracia oficial e na falta de
interesse da ampla maioria dos moradores da Gleba Palhano. Nos últimos
meses, no entanto, o tema voltou a ser discutido na reunião mensal do
conselho, quando foi proposta a instalação de 32 câmeras de
monitoramento nas ruas da Gleba Palhano e em seus arredores, passando
pelas Avenidas Madre Leônia Milito, Ayrton Senna e Higienópolis. As
imagens seriam enviadas à Guarda Municipal, no GGIM, Gabinete de Gestão
Integrada Municipal, localizado na Avenida Duque de Caixas, antiga sede
da União Londrinense dos Estudantes Secundaristas - ULES.
O
projeto é de Alexandre Saito, morador da Gleba Palhano, especialista em
segurança privada e prestador de serviços voluntários na Guarda
Muncipal. Durante a reunião de abril do ConGP, a ideia foi apresentada e
referendada pelo conselho.
De
acordo com Saito, todo o projeto custará 11 milhões de reais, que serão
pagos ao longo dos próximos anos. "Serão três etapas: construção da
GGIM, instalação das câmeras e, depois, a conexão da fibra óptica. Tudo
será dividido entre comunidade, empresas, associações, bancos, e quem
mais quiser colaborar. As câmeras previstas para o projeto são de última
geração e possuem capacidade de registrar zoom de três mil metros. Além
disso, os softwares, a serem instalados nos computadores da GGIM, serão
capazes de fazer leitura facial e de registrar placas de automóveis",
explica Saito.
A Guarda
Municipal vê de forma favorável a iniciativa. O Secretário Municipal de
Defesa, Coronel Rubens Guimarães, afirma que o projeto é bom, mas
aguarda a aprovação da procuradoria e a análise do prefeito para que a
Guarda Municipal se pronuncie.
Um
dos entusiastas do projeto é o advogado Marcus Ginez, coordenador de
assuntos urbanísticos do ConGP, para ele o projeto é vital para o
bairro. "Não podemos esperar que o Poder Público faça tudo por nós, se
todos os 75 prédios participarem teremos um bairro muito mais seguro".
Ginez explica que o projeto é pioneiro e poderá ser estendido para
outros bairros. "Esse é um projeto novo, a comunidade doa os
equipamentos e a Guarda Municipal ganha mais eficiência de vigilância.
Esse modelo poderá ser replicado por todos os bairros da cidade,
incluindo os mais humildes, pois só teriam de comprar as câmeras de
segurança. Toda infraestrutura será bancada nessa primeira fase do
projeto", finaliza.
Rafael Montagnini
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