Reprodução: Veja São Paulo.
Não se pode brincar com coisa séria. Nem como brincadeira se pode polarizar o discurso machista, sexista, racista e homofóbico.
Os comunicadores não podem falar tudo o que quer e pode ouvir o que não quer.
O fato ocorrido com a jornalista Rachel Sheherazade passou por uma saia justa, ao vivo, com o patrão Silvio Santos, no último domingo. Ele disse que ela - se quiser dar opinião política - que compre uma estação de TV; que foi contratada para ler notícias. Ele foi curto e direto.
O empresário ressaltou a beleza da apresentadora e também questionou se o noivo a deixa trabalhar.
Ainda persiste a noção da mulher como propriedade do homem que precisa dar permissão para que ela faça algo.
Silvio Santos, com essa postura, resvala no machismo e no assédio moral. No machismo porque ele destaca a sua beleza e não a sua capacidade intelectual. No assédio, porque está em posição hierárquica superior. Ele é o patrão que manda, e ela, a empregada que obedece.
Com a repercussão, a empregada minimizou a grosseria do patrão, a quem defendeu. "Há que haver um mínimo de inteligência para entender nossas brincadeiras!" Ok! Ela tem o direito de achar que foi apenas uma brincadeira.
Que mania! essa militância tem de estrilar com as brincadeiras! Afinal mandar a mulher pilotar um fogão e cuidar da casa, comparar o negão a um tição e rir da sexualidade do viado é só uma brincadeira, não é mesmo? Não! Não é! É machismo, é racismo, é homofobia. Você pode ser conivente ou não com isso.
Sheherazade foi humilhada ao vivo e não se deu conta. Caso tenha se dado, preferiu minimizar o ocorrido e atacar quem a defendeu do machismo sofrido (Há que haver um mínimo de inteligência...). Ao ficar do lado do patrão, ela torna-se cúmplice do machismo que ele promoveu.
Como se vê, o feminismo ainda tem muito chão para percorrer e precisa mesmo proteger as mulheres, muitas - inclusive - do machismo delas próprias.
Que pena um dos maiores comunicadores da televisão faz este papelão!
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