Ao lidar com o Estado, temos de nos lembrar de que suas instituições não são autóctones, embora existissem antes de nascermos; de que não são superiores ao cidadão; de que cada uma delas foi no passado um ato de um único homem: toda lei e costume foram os recursos de um homem para enfrentar algum caso particular; de que todas são imitáveis, são alteráveis; podemos fazer tão bem quanto; podemos fazer melhor.
A sociedade é uma ilusão para o jovem cidadão. Ela jaz diante dele em repouso austero, com certos nomes, homens e instituições enraizados como árvores de carvalho em seu centro, em torno do qual todos se arrumam da maneira como podem. Mas o velho estadista sabe que a sociedade é fluida; não existem essas raízes e centros; mas qualquer partícula pode, de repente, tornar-se o centro do movimento e obrigar o sistema a girar à sua volta, como homens de vontade firme, como Pisístrato ou Cromwell, fazem por um tempo, e homens da verdade, como Platão ou Paulo, fazem para sempre. Mas a política apóia-se em bases necessárias e não pode ser tratada com leviandade.
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