Os bairros estão localizados em terrenos íngremes, o esgoto desce por toda a área e se acumula nas últimas ruas. "O mau cheiro é forte durante todo o dia, mas piora nas datas mais quentes. A gente usa a água da mangueira e tenta lavar a calçada e a rua, mas não adianta. O esgoto corre o tempo todo e para justamente em frente à minha casa", relata Elise, que mora na esquina das ruas João Resende Filho e Sílvio Mariano da Silva, Perobal. O asfalto ao redor da sua residência está esburacado e o líquido com dejetos não vai embora. Além disso, a poucos metros, há um córrego no fundo de vale que pode estar contaminado pelo esgoto.
Problema que se repete na rua Pedro Rosa Gonçalves. A dona de casa Cleuza de Souza recorda-se que a rede de esgoto foi instalada nos Jardins Perobal e Franciscato há cerca de 20 anos, com o asfalto. "Acredito que a região cresceu muito e a rede, simples, não suporta mais tanto esgoto. Ela entope facilmente, admito que algumas pessoas também colaboram com a situação, jogando lixo em ruas e bueiros", lamenta Cleuza. "Pagamos a taxa de esgoto e não temos um serviço de qualidade." (Paulo Monteiro/NOSSODIA)
Sem noção dos riscos
No Jardim Franciscato, os dejetos tomam praticamente toda a esquina das ruas Reginaldo Souza Martins e Manoel dos Santos. Poças com água cinzenta ficam por dias nos cantos das vias. "Nosso maior medo é pegar uma doença nessa sujeira toda. É muito nojento, mas as crianças brincam e não imaginam o risco de contaminação que correm. Esse esgoto vem das ruas de cima e estaciona por aqui", mostra a estudante Maiara Nogueira Ferreira. "O Franciscato nunca para seco. Quando o cheiro é muito forte, insuportável, retiramos a água suja com baldes", revela a moradora de 19 anos. (P.M.)
Ligações irregulares
Sobre a rede de esgoto nos Jardins Perobal e Franciscato, a assessoria de comunicação da Sanepar informa que será realizada, ainda nesta semana, uma vistoria técnica em diferentes ruas dos bairros. Lideranças serão convidadas a acompanhar o trabalho, que visa evidenciar a existência de ligações irregulares na rede, como, por exemplo, de água de chuva, além do lançamento indevido de resíduos sólidos. Tal situação tem prejudicado o funcionamento da rede de esgoto e provocado "extravasamentos".
Com o objetivo de evitar que o problema se agrave na região sul de Londrina, a Sanepar adianta que os moradores dos bairros serão orientados a realizar as devidas adequações na ligação de seus imóveis, bem como dar destino para materiais que não devem ir para a rede de esgoto. (P.M.)
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