Eles já foram malvistos, mas agora a ciência
revela que são mais criativos, focados e bons líderes. Chegou a vez dos
introvertidos darem lições aos extrovertidos. (Silêncio, por favor.) É a verdade!!!
Revista
Superinteressante - por Carol Castro
Charlie
Brown só queria um amor. O amor da menina dos cabelos vermelhos. No dia dos
namorados, ele nem sequer perguntou o nome dela. Charlie Brown é o tipo de
sujeito que se esconde atrás da timidez. Nossa, ele quase recusou um convite
para viajar à França (seria muita novidade por metro quadrado). Como diz
aquela canção dos Smiths. "timidez é legal, mas pode te impedir de fazer
tudo que você gostaria na vida".
Escreveu um
cartão para ela. Ensaiou o momento da entrega, o tom de voz, os gestos. Mas o
cartão nunca saiu do seu bolso. Ele nunca teve coragem de se declarar. Mas ela
é bem comum - talvez mais popular que o encabulado dono do Snoopy.
"Muitas pessoas são tímidas, mas a maioria não sabe. E os mais tímidos
pensam que só eles são tímidos, estão sozinhos no mundo" , diz o americano
Bernardo Carducci, autor de vários livros sobre o assunto. Pasme, na nossa
cultura de falastrões, 50% se dizem tímidos. Dentro do seu círculo social, um
em cada três amigos é introvertido (tecnicamente, quem possui traquejo social,
mas precisa de solidão para recarregar baterias). É muita gente. Só que essa
maioria silenciosa ainda veste, conscientimente ou não, máscaras de
extroversão. O problema é que, por muito tempo, ser reservado foi um problema.
Só os expansivos viravam chefes, ícones, modelos a ser perseguidos. Por
sorte, o mundo andou. As qualidades dos quietos (concentração, produtividade e, por que não, bom
senso) voltaram a ser valorizadas. E servem de lição até para os populares
extrovertidos.
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