Os anúncios de emprego não afetam somente os profissionais idosos mas também os com menos de 22 anos que encontram dificuldades para entrar no mercado e encontrar um estágio ou emprego. Isso é ainda mais agravante entre profissionais de comunicação que passam dos 40 anos e estão disponíveis para o mercado de trabalho, mas não são chamados nem se quer para uma entrevista.
No início da carreira o profissional se depara com a falta de experiência e de oportunidades para adquiri-la. Muitas vagas publicadas são de empresas ou agências que buscam estagiários, mas que já tenham conhecimento do mercado de trabalho. A grande pergunta é: se ninguém deu a primeira chance, como fica esse processo sem fim? Se têm menos de 22 anos, é novo demais para trabalhar na empresa, falta conhecimento, não será responsável, não passa credibilidade. Se passou dos 40 anos está velho. Têm muita experiência, deve ser um profissional muito caro. Têm muito conhecimento, não podemos pagar o quanto ele vale.
Parece-me que a carreira tem prazo de validade e os profissionais são os produtos que são comprados no ponto e quando chegam perto da data de vencimento, são descartados. Essa é a luta diária de quem está à procura de emprego, mas que não preenche o perfil específico que as empresas delineiam. Se antes dos 22 ainda não está maduro e depois dos 40 passou do prazo, qual é o modelo ideal para se contratar?
Dentro deste cenário também é importante ressaltar outros pontos. O primeiro deles é que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) proíbe anúncios de emprego onde a empresa expressa a sua preferência por idade. E também não permite que anúncios peçam mais de 6 meses de experiência. Porém nada impede estas empresas de escolher quem bem entendem na hora da seleção.
Quais as alternativas? Para os mais novos é importante estagiar durante o período da graduação. Isso é bem visto pelo mercado, abre portas e ajuda a alinhar a teoria da sala de aula com as práticas no mercado. Para os profissionais com ampla experiência a alternativa encontrada tem sido empreender. Muitos estão abrindo suas próprias empresas como forma de prosseguir na profissão. São as melhores alternativas? Não, mas é assim que atualmente o mercado tem se comportado.
Em Londrina e outras localidades, o mais preocupante de todos vem agora: grande parte das vagas de emprego e estágios na área de comunicação são abertas por comunicadores. Como mudar este cenário se nossos próprios colegas podem estão agindo desta forma?”
Aline Carlesso e Earle Martins . escreveram este artigo em Santa Catarina e o transcrevemo no Blog Comunicando para Refletir.
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