A decepção, as mágoas e o sofrimento provocados pela dissolução conjugal foram tratados por Chico Buarque na música Trocando em Miúdos.
Quando a canção foi lançada, em 1978, a lei que autorizava o divórcio e possibilitava às pessoas separadas o direito de se casarem novamente havia sido aprovada há apenas um ano, depois de muita polêmica. A família “legítima”, como era conhecida, seguia o modelo tradicional: homem e mulher unidos em matrimônio, vivendo sob o mesmo teto, com uma prole numerosa nascida daquela união.
Nas mais de três décadas que se seguiram, muita coisa mudou. O padrão antigo de família foi cedendo espaço a outros tipos de constituições familiares.
Dados do IBGE mostram as transformações pelas quais a família passou e está passando:
Em 2002, do total de casamentos, 13,4% eram de casais em que pelo menos um dos noivos era divorciado; em 2012, o índice havia subido para 21,8% – o que significa um aumento de 62,7% nos recasamentos.
O tempo médio de duração dos casamentos no Brasil caiu de 17 anos em 2007 para 15 anos em 2012.
Em 2012, o país registrou 341.600 divórcios. De cada cem mil brasileiros, 2,5 dissolveram seu matrimônio. Dez anos antes, o número de divórcios correspondia à metade desse total: 1,2 por 100 mil.
Em um a cada quatro casamentos, a mulher é mais velha do que o homem. A proporção subiu de 20,7% em 2002 para 24% em 2012.
Em 2011, o número de famílias chefiadas por mulheres chegou a 37,5%. Nas zonas urbanas, esse índice alcançou 40%.
As uniões estáveis (ou consensuais) passaram a representar mais de 1/3 dos casamentos do país (36,4%) em 2010.
Um a cada cinco casais brasileiros não têm filhos (20,2%).
Pelo menos 8,4% das residências têm filhos que são biologicamente ligados ou apenas ao pai ou apenas à mãe (por terem sido gerados em uniões anteriores).
60 mil domicílios brasileiros são chefiados por um casal do mesmo sexo.
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