quinta-feira, 16 de novembro de 2017

VEJA A HISTÓRIA DA SERRA DO CADEADO, CONHEÇA O PARANÁ!



A história do pedágio no Paraná é mais antiga do que muita gente imagina. A prática já era adotada pelo menos desde o século 18, quando o Brasil ainda era colônia de Portugal – isso em uma época em que o meio de transporte mais usual eram as mulas. Entre os primeiros viajantes a pagarem taxas para poderem percorrer o Paraná no lombo dos muares estavam os tropeiros.
A medida foi implantada pelo reino português, que só iria autorizar a abertura da Rota dos Tropeiros na região, a partir de 1730, se tivesse lucro nas travessias. Foram estabelecidos, então, postos de registros – similares aos pedágios de hoje – ao longo do Caminho de Viamão, que ligava o Rio Grande do Sul a Sorocaba (SP). Ao menos três pontos realizavam a cobrança: no Rio Pelotas (entre SC e RS), nas margens do Rio Iguaçu (perto de Curitiba) e em Sorocaba (SP). Os valores eram cerca de 2,5 mil réis por cada mula e 2 mil por cavalo.


HISTÓRIA DA SERRA DO CADEADO


Passagem obrigatória para quem sai de Londrina rumo a Curitiba e às praias catarinenses, a Serra do Cadeado já foi sinônimo de aflição. Muita gente tinha receio das curvas sinuosas que caracterizam o trecho da BR-376 que vai de Mauá da Serra a Ortigueira.

Parte da Serra Geral, no segundo planalto paranaense, com altitudes que variam de 750 a 1.300 metros, a Serra do Cadeado exibe - além de sítios geológicos e uma grande diversidade de samambaias - trechos realmente perigosos, como demonstram as cruzes à beira da rodovia.

Mas de onde vem esse nome inusitado, Serra do Cadeado?

Há a versão de que o proprietário daquela gleba de terras, Francisco Sady de Brito, colocou um cadeado na porteira do que então era apenas um carreador, por onde passavam os tropeiros do Sul que levavam mercadorias para São Paulo e Minas Gerais.

Os tropeiros passaram a chamar aquele trecho de “serra da porteira do cadeado”, que acabou sendo reduzido para Serra do Cadeado, segundo reportagem de Eli Araújo na Folha de Londrina do dia 22 de julho de 2010. 

Os tropeiros, segundo a reportagem, tinham passagem livre. O cadeado na porteira servia para que o proprietário recebesse dos posseiros uma parte do milho ali plantado. E a cobrança se dava quando os posseiros precisavam passar ali para comercializar a produção. Ou seja: uma espécie de pedágio.

O homem que tirou o cadeado

O paulista Chepli Tanus Daher Filho, tido como um dos maiores loteadores de terras da história do Paraná, trabalhou em vários empreendimentos com Sady de Brito e afirma que o proprietário daquela gleba utilizava o cadeado na porteira sobretudo para impedir o trânsito em dias de chuvas, a fim de preservar a estrada.

“Fui eu quem tirou o cadeado da porteira”, afirma Daher, hoje com 82 anos de idade. Nascido em Gália, na região de Marília, Daher morava em Piracicaba quando veio para o Norte do Paraná em 1952. A primeira parada foi em Cornélio Procópio. Atualmente mora em Londrina.

Ele conta ter tirado o cadeado da porteira porque tinha adquirido a Gleba Vista Alegre - cujas terras ficavam na serra - e precisava do caminho livre para mostrar os lotes rurais aos interessados. Isto, pelo que ele lembra, ocorreu entre as décadas de 50 e 60.

O atual dono da área onde ficava a sede da fazenda é o advogado Júlio Christóffoli, que guarda o cadeado original como uma relíquia.

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