quarta-feira, 20 de junho de 2018

TUDO ESTÁ DIFERENTE...VIVEMOS A COPA DAS ILUSÕES PERDIDAS!


Cadê aquela euforia das copas passadas? O otimismo foi embora e ficou a realidade que o Brasil encara. Nem parece que estamos em plena Copa do Mundo, pois a realidade nossa é triste e queremos além da vitória de uma copa do Mundo. Queremos um Brasil sem corrupção!!!

Crédito: Mladen Antonov
ABERTURA Sem vencer desde outubro, a Rússia goleou a Arábia Saudita por 5 a 0 no primeiro jogo (Crédito: Mladen Antonov)

           Em Teresina, Piauí, moradores do bairro Real Copagre pintaram paredes e decoraram um trecho da Rua 8 com as cores da seleção: tudo em tons de azul e branco,  exatamente como o uniforme argentino. Isso mesmo. A arquirrival Argentina tem hoje mais apelo que o Brasil para torcedores como Raimundo Júnior e seus vizinhos. Foi dele a ideia de aproveitar o clima da Copa do Mundo na Rússia para protestar contra o sentimento de vergonha que irrompeu com a goleada de 7 a 1 sofrida contra a Alemanha, em 2014, e ganhou corpo na forma de uma desilusão generalizada com o País. Escândalos de corrupção na política, a prolongada recessão econômica e a alta taxa de desemprego se somam na insatisfação que, para um número inédito de brasileiros, anula o tradicional ufanismo que renascia a cada quatro anos desde a conquista do mundial de 1958, na Suécia. Desta vez, a nação verde-amarela tem menos razões para se mostrar exultante. A máxima de Nelson Rodrigues, segundo a qual “O Brasil é muito impopular no Brasil”, nunca fez tanto sentido.

TORCIDA RIVAL Em Teresina, moradores pintam rua com cores da Argentina: vergonha e protesto (Crédito:Benonias Cardoso/Futura Press)


Ainda que a Seleção Brasileira tenha se reerguido da histórica goleada da Copa passada, que Neymar possa ser eleito o craque da competição e que a aprovação do técnico Tite seja de 64%, segundo pesquisa do instituto DataFolha feita uma semana antes do início dos jogos, nunca foi tão patente o clichê segundo o qual “não há motivos para comemorar”. Às vésperas da Copa de 2014, mesmo sob ondas de protestos que exigiam “hospitais padrão Fifa” em vez de estádios caros, apenas 36% da população se dizia desinteressada pelo mundial no Brasil. Hoje, 53% afirmam não ter interesse na Copa. A julgar pelas pesquisas, o motivo é a economia, que piorou para três em cada quatro brasileiros. Mas não é só. Uma somatória de decepções tornou a população desencantada também com o futebol, uma vez que há coisas mais importantes para se preocupar, agora que o jogo de bola não consegue mais dar conta dos “desejos de potência da maioria absoluta”, conforme escreveu o jornalista e historiador Marcos Guterman, no livro “O Futebol Explica o Brasil”.


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