Ricardo Chicarelli - Repassado ao blog do Osvaldo:
Ricardo Chicarelli
Os alvos das medidas são as seis concessionárias que administram o Anel
de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar
e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos
corrompidos beneficiários de propina.
O primeiro, iniciado em 1999, era intermediado pela Associação Brasileira de
Concessões Rodoviárias (ABCR). De acordo com a investigação, em reuniões
presenciais realizadas na sede do Departamento de Estradas de Rodagem
do Paraná (DER/PR) naquele ano, as seis concessionárias acertaram o pagamento
mensal de propinas a agentes públicos no DER/PR a fim de obter a "boa vontade"
do órgão estatal para a análise de pleitos de aditivos e outros atos que
atendessem aos interesses das empresas. Esses pagamentos contaram com a
intermediação do diretor-presidente da ABCR, João Chiminazzo Neto, que teve
mandado de prisão preventiva expedido contra si.
De acordo com os relatos obtidos de colaboradores, quando se iniciou o esquema,
o valor total da arrecadação mensal de propina era de aproximadamente R$ 120
mil, sendo que esse valor era rateado entre as seis concessionárias do Anel
de Integração proporcionalmente ao faturamento de cada uma delas.
O montante da propina foi atualizado conforme os reajustes tarifários,
chegando a aproximadamente R$ 240 mil mensais em 2010.
Segundo as evidências, os beneficiários finais da propina eram agentes públicos
do DER/PR e posteriormente, após 2011, da Agência Reguladora do Paraná
(Agepar). As entregas eram realizadas com dinheiro em espécie, sendo os
valores entregues na sede da ABCR Curitiba por emissários das
concessionárias. Para obtenção de dinheiro em espécie, as concessionárias
simulavam ou superfaturavam a prestação de serviços com empresas envolvidas
no esquema. Entre os operadores financeiros que simulavam a prestação de
serviços, estavam Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, ambos envolvidos na
operação Lava Jato. Somente para o Grupo Triunfo, controlador da Econorte,
Adir Assad faturou R$ 85 milhões em notas frias. Já para o Grupo CCR,
controlador da Rodonorte, foram produzidas notas frias que somaram R$ 45 milhões.
Somente deste esquema, estima-se o pagamento de propina de
aproximadamente R$ 35 milhões, sem atualização monetária.
Os pagamentos duraram até o final de 2015.
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