terça-feira, 16 de outubro de 2018

CRÔNICA DE OSVALDO: "EU ESTIVE EM LONDRINA NA ÉPOCA DA DITADURA...EU VI TUDO!"



 " Na minha época de comunicador
   de rádio... nunca fui parado em
    Londrina e questionado sobre
   ideologia política!"


No calendário mostrava-se 04 de junho de 1964. Eu, jovem em busca de seus sonhos , deixava a pequena e inesquecível Centenário do Sul. Afastava de meus familiares e de tantos amigos e queria realizar o sonho de ser locutor de rádio. Meu amigo Itamar de Oliveira Grano, tinha conhecidos em Londrina e me acompanhou. Chego em Londrina e acerto com a antiga Rádio Auriverde gerenciada por Antônio D'Andrea. Tudo acertado. Fui morar na pensão da dona Chica na Rua Benjamin Constant . Sem lenço e sem documentos , nada no bolso e nas mãos e simplesmente falar e ser ouvido por este Paraná afora.  Eu não me ligava muito ao mundo político. Fazia programas musicais destinados aos jovens e muitos curtiam o programa mexicano : "El México canta para usted", grande audiência. Não era compensador o que monetariamente recebia, salário curto que dava para as despesas. Quando fui trabalhar na Rádio Difusora, além de programas da ala jovem estava também no setor de rádio notícias. De vez em quando se recebia telegramas dizendo: "Não divulgar tal notícia, tal coisa... os apresentadores do rádio obedeciam e não descumpriam essas ordens dadas pelos militares. Nem parece que vivia àqueles tempos de uma ditadura.  Eu estava ali, longe de casa, aprendendo. Falo e digo que nunca fui parado para uma revista e ninguém me perturbou no meu trabalho e tampouco na faculdade onde cursava Sociologia. Só se via falar de prisão quando alguém era contra e se mostrava assim.  As manifestações em que tive conhecimento era para um Brasil livre e democrático e se bradava "Diretas Já". Sabíamos que havia nos porões da ditadura  pessoas torturadas por querer simplesmente um Brasil livre. Muitas pessoas sofreram e ficaram com sequelas significativas que não  se curaram com o passar do tempo. Uma das vítimas da tortura e de desgovernos, a jornalista Teresa Urban., falou sem mágoa e com firmeza: "não é função de um Estado torturar pessoas... também não é função de um Estado impor uma cor a ser seguida". 
Que cada cidadão brasileira exerça a cidadania e use o coração e expresse sua vontade em um Brasil livre, democrático e jamais queira o socialismo que nunca deu certo e deixa um povo clamando no deserto!

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