sábado, 8 de dezembro de 2018

FALTA DE CIÚME SERIA FALTA DE AMOR? É, OU NÃO?...EIS A QUESTÃO!



 
 

Regina Navarro Lins
ao blog do Osvaldo:



Respondendo a questão: 

Uma enquete da semana , feita na internet, acredita que não sentir ciúme é falta de amor. A qualquer momento, inesperadamente, pode surgir o ciúme numa relação amorosa: na fase da conquista, no período da paixão, durante o namoro ou casamento e até mesmo depois de tudo terminado. Alguns o consideram como universal, inato. Outros, entre os quais me incluo, acreditam que sua origem é cultural, mas é tão valorizado, há tanto tempo, que passou a ser visto como parte da natureza humana.
A revolução sexual dos anos 60 irrompeu no Ocidente trazendo a separação definitiva entre sexo e reprodução e, consequentemente, a igualdade de condições entre homens e mulheres nessa área. No entanto, com toda a liberação, e ao contrário do que se poderia supor, o homem ficou mais ciumento e a mulher passou a expressar ciúme na mesma intensidade que ele.
Pesquisa feita nos Estados Unidos comprovou que nenhum dos sexos é mais ciumento que o outro — embora se comportem de maneira diferente. As mulheres em geral são mais propensas a fingir indiferença, enquanto os homens, com mais frequência terminam um relacionamento quando sentem ciúmes, acreditando que assim recuperam sua autoestima e reputação.
Mas por que o ciúme é aceito como fazendo parte do amor? Por que se defende a sua presença numa relação amorosa, mesmo sabendo que o preço a pagar é tão alto?
Esse risco, que é verdadeiro na infância, continua sendo alimentado por uma educação que não permite aos jovens se desligar da dependência emocional dos pais. Quando surge uma relação amorosa, eles passam de uma dependência para outra.
Agora, por conta de todo o condicionamento cultural, é através da pessoa amada que se tenta satisfazer as necessidades infantis. Reeditando a mesma forma primária de vínculo com a mãe, o antigo medo infantil de ser abandonado reaparece e a pessoa amada se torna imprescindível. Não se pode correr o risco de perdê-la. O controle, a possessividade e o ciúme passam, então, a fazer parte do amor.
Quando a pessoa consegue elaborar bem a dependência infantil e também se libertar da submissão aos valores morais, se percebe menos ciumenta. Ao mesmo tempo que deixa de considerar falta de amor se o parceiro (a) não manifesta ciúmes.
Caso contrário, é difícil ter autonomia suficiente e podem reaparecer as antigas inseguranças, com exigência de exclusividade no amor. Como são poucos os que se sentem autônomos, observa-se uma busca generalizada de vínculos amorosos que permitam aprisionar o outro, mesmo à custa da própria limitação.
A questão do ciúme também está ligada à imagem que cada um faz de si. Quem tem a autoestima elevada e se considera interessante e com muitos atrativos não supõe que será trocado com facilidade. E se a relação terminar, sabe que vai ficar triste e sentir saudade, mas também sabe que vai continuar vivendo sem desmoronar.
Em suma: Se houver amor é natural que se sinta ciumes. Quando ninguém se preocupa, ambos não ligam, cada um faz o que quer, sai com quem quer...aí a situação está feia e as afeições se escapam e parece que o amor se distancia...ficar por ficar, andar juntos por andar, e se suportar pelas estradas da vida!

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