Juliana Miranda
Esta mulher chora, lágrima semelhante dos
pobres, pois a justiça é conveniência dos
│ 22:26 │
Brasília – Dois exemplos, em inúmeros outros exemplos espalhados pelo país do Oiapoque ao Chuí, desmentem o conceito mundial segundo o qual todos são iguais perante a lei. No Brasil não é assim que funciona; no Brasil existe uma categoria que está à margem desse conceito universal.
Diga aí: todos no Brasil são iguais perante a lei?
O tratamento dado aos que cometem crimes tem que ser rigorosamente igual para todos, sem distinção de cor, sexo e, sobretudo, posição social. A lei que vale para o favelado deve ser – em tem que ser – rigorosamente igual a lei aplicada para jornalista, médico, engenheiro, desembargador, promotor, juiz, general, almirante, brigadeiro e marinheiro.
Não são raros os casos em que prevalesse a tendência da lei beneficiar os ricos. Geralmente que tem mais poderes econômicos levam mais vantagens.. Em contrapartida, quando um rico é assassinado ou sequestrado são empregados todos os esforços a fim de investigar, esclarecer o crime e punir os culpados. Mas, porque existe essa diferença? A resposta é simples: no Brasil, ao que tudo indica, a vida de um rico tem mais valor do que a vida de um pobre.Pelo Estado e pela Constituição, ricos e pobre devem ter igualdade de condições em todos os aspectos. Esse igualitarismo é falso, e isso pode ser constatado em diversas situações do dia a dia.
Isso nos faz pensar: a lei não é igual para todo mundo? Não para os ricos, poderosos e influentes! O que acontece é que no Brasil a lei da influência é mais forte do que a justiça. Ricos que vão presos conseguem rapidamente um habeas corpus, o que permite uma soltura quase imediata. Isso acontece porque eles pagam bons e caros advogados, que são influentes.
Não somos iguais, nem aos olhos da lei.
O Brasil é um país que vive sociedade de classes, repleta de desigualdades e de dominação dos pobres. As injustiças estão em todas as esferas do Brasil.