terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

VENDEM-SE TRABALHOS ESCOLARES ... QUEM QUER?



Resultado de imagem para FAÇO TRABALHOS ESCOLARES PARA QUEM PRECISA






indústria dos trabalhos universitários comprados... cresceu, se profissionalizou e se globalizou. Saiba como milhares se aproveitam dela e por que é difícil resolver esse problema.

POR Emiliano Urbim
Oito anos depois, a jornalista ainda sorri aliviada ao lembrar da tarde em que deixou seu trabalho de conclusão de curso na secretaria da faculdade.
      "Não via a hora de entregar a monografia. Primeiro, foram 5 meses de sofrimento tentando fazer aquele troço. Depois, um mês com medo de que o cara que eu paguei para escrever não me entregasse", diz ela. 
"Nem me lembro da nota. Só queria me formar."
De lá pra cá, as coisas mudaram. Em 2001, a jornalista do parágrafo acima (que, por motivos óbvios, pediu anonimato) entregou sua graduação nas mãos de um sujeito que havia posto um disfarçado anúncio de "digitação de monografia" -
 "e ele nem sabia as regras da ABNT", recorda ela. Hoje, o aluno sem escrúpulos e com dinheiro no bolso tem a seu dispor dezenas de portais profissionais, com ofertas escancaradas ("Delivery. Sua tese ou trabalho pronto em 96 horas") e variadas formas de pagamento. Além de universalizar o acesso ao serviço, a internet também globalizou a produção: tem americanos encomendando
artigos que serão escritos por indianos.


Desde a virada do século, quando começaram a surgir denúncias contra  esse tipo de site, o Ministério da Educação costuma reforçar que a  responsabilidade é das faculdades, que deveriam criar ferramentas para detectar esse tipo de fraude. Enquanto isso, no maior site do setor, uma animação faz surgir uma apresentadora se gabando:
 "Desde 2000, já atendemos mais de 36 mil alunos, com
 sucesso em 97% dos casos".
Afinal, pagar para que alguém escreva seu trabalho da faculdade é antiético, mas não é crime. Mas, se o cliente sempre tem razão, o aluno não. Se um professor atento identifica um falso autor, a punição pode ir de uma nota 0 até uma expulsão. 
Infelizmente, poucos parecem capazes ou dispostos a tanto. Na verdade, ser pego depende principalmente do aluno: há quem não se dê ao trabalho de ler o que comprou, e roda na banca examinadora. Aliás, aliar falta de escrúpulos com preguiça não parece ser muito raro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário