domingo, 10 de fevereiro de 2019

IMAGENS INÉDITAS DE SATÉLITE MOSTRAM A REAL SITUAÇÃO DE BRUMADINHO!

O MOVIMENTO DA LAMA

Vídeos das câmeras de segurança e imagens inéditas de satélite revelam novas peças do quebra-cabeças de Brumadinho; especialistas analisam

CONSUELO DIEGUEZ
02fev2019_00h56
O antes e o depois da tragédia, nas imagens do satélite da SCCON/Planet, cedidos pelo projeto MapBiomas
O antes e o depois da tragédia, nas imagens do satélite da SCCON/Planet, cedidos pelo projeto MapBiomas
As imagens de satélite do desastre de Brumadinho, que ilustram este texto, são do MapBiomas, um projeto de monitoramento das mudanças no território brasileiro nos últimos trinta anos. O MapBiomas envolve universidades, startups de tecnologia e ONGs espalhadas pelo Brasil. Suas imagens, vindas dos satélites da SCCON/Planet, cobrem todo o território nacional. Os dados do MapBiomas podem ser acessados em mapbiomas.org.
As imagens do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, pertencente à Vale, divulgadas nesta sexta-feira, 1º de fevereiro, deram maior clareza aos especialistas sobre o que pode ter levado a estrutura a se desmanchar daquela maneira. Embora não seja possível afirmar a causa exata do rompimento, pois há mais de uma possibilidade, os engenheiros ouvidos pela piauí dizem que há fortes indícios de negligência por parte da mineradora. “Uma barragem não rompe de uma hora para outra”, disse Sérgio Médici de Eston, engenheiro da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, especializado em engenharia de minas. “Ela dá sinais de que vai romper, permitindo que a companhia tenha tempo para sanar o problema e tomar alguns cuidados mínimos, entre eles, retirar o seu pessoal da área de risco.” Para Eston, a Vale parece não ter observado nenhuma dessas premissas.

A barragem 24 horas antes e quatro dias depois do rompimento

A forma como a barragem rompeu deixa claro, na visão dos especialistas, que ela tinha problemas graves que foram ignorados pela mineradora. Algumas das hipóteses, de acordo com Eston, são excesso de água ou deformação na estrutura. Esses problemas, segundo ele, seriam facilmente detectados pela mineradora, caso ela estivesse fazendo a manutenção corretamente. “Uma barragem é como um carro. Você tem que checar o óleo, a água, os pneus, o motor. Se você não tomar esses cuidados, é claro que o teu carro vai pifar. Por aquelas imagens, é fácil perceber que essa manutenção não estava sendo feita a contento. Caso contrário, não teria rompido.”

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