Jovem negra e pobre que passou em 1º lugar no
curso mais concorrido da Fuvest discorda de
comentários que se referem a ela como exemplo
de meritocracia. A mensagem que publicou nas
redes sociais após ser aprovada é simbólica:
“A casa grande surta quando a senzala vira médica”

A jovem Bruna Sena, primeiro lugar em medicina na USP
Minha escola era boa, mas, infelizmente, tinha todas as dificuldades da
educação pública, que não prepara o aluno para o vestibular.
Falta conteúdo, preparo de alguns professores. Sem o cursinho,
não iria conseguir.”
Após ser aprovada em primeiro lugar, a jovem foi tema de matérias na Folha de S.Paulo
e no G1. De maneira tímida, consta nas reportagens desses veículos que Bruna é engajada
na defesa de causas sociais como o feminismo, o movimento negro e a liberdade de gênero,
e que ela “orgulha-se do cabelo crespo e de sua origem”.
Mas nem Folha nem G1 reproduziram a fala de Bruna na íntegra.
Em entrevista ao portal Saúde Popular, Bruna diz que tem sua mãe como principal
inspiração e critica a falácia da meritocracia. “A meritocracia é uma falácia.
Eu consegui porque tive ajuda. Não dá para igualar as pessoas que não tiveram as
mesmas oportunidades. Eu me esforcei muito, sim, mas não consegui só por
causa disso, eu tive apoio. E é isso que a gente tem que dar para quem não tem
oportunidade. A gente perde muitos gênios por aí, inclusive nas favelas porque
não podem estudar
”
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