14 jun 2019, 15h37 - Publicado em 20 fev 2011, 22h00
Dizem que ele não tinha a intenção. Mas, em 1517, quando o monge alemão Martinho Lutero se revoltou com os rumos do catolicismo e propôs uma reforma na Igreja, acabou mudando o destino do mundo inteiro.
Naquela época, reis, príncipes e duques estavam insatisfeitos em prestar obediência ao papa, por isso, aproveitaram o movimento para proclamar sua independência não só religiosa mas também política. Eles viraram protestantes, brigaram com Roma e, de quebra, apossaram-se das terras da Igreja e criaram seus próprios reinos independentes. “Foi assim que o nacionalismo ganhou força, monarquias se desenvolveram e línguas e culturas nacionais puderam finalmente ganhar espaço”, conta o teólogo Haroldo Reimer, professor da PUC de Goiás.
Sem a Reforma, no entanto, a Igreja Católica continuaria a mandar na Europa, contando com o apoio do seu braço forte, o Sacro Império Romano-Germânico, da família alemã dos Habsburgos. “A Alemanha, na figura do império e com a bandeira católica, teria conseguido se expandir cada vez mais, unificando os reinos europeus no século 16, e se tornaria a maior potência mundial”, conta o historiador Wilson Maske, professor da PUC do Paraná.O lado bom: não teria havido a 1ª Guerra, o nazismo nem a 2ª Guerra. “Esses conflitos foram deflagrados pelo atraso da unificação alemã e pela sua frustração por não ser uma grande potência”, explica Wilson. O lado ruim: outros conflitos teria surgido nos lugar delas. Além isso alguns países nem sequer existiriam – como os EUA. O Holocausto não teria acontecido, mas judeus sofreriam mais nas mão da Inquisição, que ganharia mais força. O destino do Brasil não seria muito diferente do atual – com exceção da nossa diversidade religiosa. Em vez de vários credos, haveria apenas o catolicismo.
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