terça-feira, 11 de junho de 2019

REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA PRODUZ UVAS E VINHOS DE ALTA QUALIDADE!

Um olhar menos atento à produção de uvas do Estado e pode-se pensar que as uvas finas de mesa – produzidas em grande escala na região Norte, principalmente Marialva – sejam soberanas em volume e comercialização. Mas o fato é que a cultura está bastante pulverizada no Estado, principalmente em pequenas propriedades, e com uma capacidade enorme de desenvolvimento em diversas frentes. Além das uvas finas de mesa, aquelas grandes, de “encher a boca” na hora da mordida, como Benitaka, Rubi e Brasil, o Paraná também possui ótima produção de uvas rústicas, principalmente a Bordô, na região Oeste e Sudoeste em cidades como Toledo, Assis Chateaubriand e Palotina. Uvas resistentes, bastante trabalhadas pela pesquisa devido sua maior facilidade de manejo e perfeitas para a produção do vinho colonial e também suco. 


E o Estado vai além, com vinícolas especializadas em alguns locais, como a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), produzindo uvas e vinhos finos, das variedades Cabernet Sauvignon, Merlot entre outras. Aliás, o enoturismo já é uma realidade e atrai milhares de pessoas que buscam ótimos passeios, natureza e gastronomia refinada. 


Em meio a essa cadeia de enorme potencial – ultrapassando os limites do agronegócio – ainda tomamos “um baile” na competição com o Rio Grande do Sul. O vizinho do Paraná, líder do ranking de uvas, produziu em média 500 milhões de litros de vinho e espumante em 2018. Já o Paraná, mesmo com  todo o potencial, apenas 2,4 milhões de litros e com um detalhe: com a maior parte das uvas vindas do Rio Grande do Sul. Uma “evasão de divisas” da rentabilidade do produtor. 


O Paraná, entretanto, sabe do seu potencial e no final do mês passado, durante evento que reuniu diversos players do setor em Curitiba, o secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, anunciou um plano estratégico para fortalecimento e ampliação da cadeia da vitivinicultura no Estado.

A expectativa é que o plano – que vai envolver outras instituições como Iapar e Emater – seja elaborado e divulgado ainda este mês, apontando as dificuldades e buscando soluções para os gargalos. Até aqui, a Folha Rural apurou que as estratégias são bem iniciais, mas em conversa com diversos atores da cadeia, é possível entender qual rumo o projeto irá seguir. “Estamos construindo esse plano estratégico de tal forma que a médio prazo teremos essa atividade muito mais qualificada e mais presente”, relata o secretário. 


Ortigara cita que há interesse em todas as regiões de fortalecimento da renda em pequenas propriedades e a uva acaba sendo excelente, independentemente se para a produção de vinhos finos, de mesa, suco, venda in natura ou outros produtos. “A atividade voltou a crescer, se especializar e se qualificar. Já temos alguns produtores que o processo está bastante evoluído, mas infelizmente hoje boa parte da uva vem do Rio Grande do Sul. Podemos crescer com incentivos, como o apoio à produção de mudas, além de assistência técnica direta e o fornecimento de insumos para associações e cooperativas de agricultores familiares.”
Na Região Metropolitana de Curitiba, vinícolas como a Araucária já produzem uvas e vinhos finos atentas ao potencial do enoturismo

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