Em “Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais,
o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja.
Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam.
Às vezes, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância ao índios.
Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, ficavam nervosos e mandavam que eles fossem “tomar banho”. Como se dissesse "que vá pro inferno!"
Saindo deste passado do período colonial...
que bom tomar banho!
Num passado distante havia total falta de higiene. Nada cheirava bem...
Hoje tomamos banho até várias vezes ao dia. Como é gostoso o bater da água do chuveiro sobre o nosso corpo. O escovar os dentes. Pentear os cabelos. Fazer a barba. Sentir o odor do sabonete. Agora vemos o que ocorria em questão de higiene em passado distante da nossa história.
Até a rainha Isabel de Castilla, em Espanha, no século XV, se vangloriava de ter se banhado só duas vezes em sua vida. Uma em seu nascimento e outra um dia antes de seu casamento, o que era uma tradição palaciana. Assim, a classe alta fedia como a baixa. Os famosos vestidos e perucas eram lavados raramente, e era comum ter piolhos. Às vezes, eles colocavam pedaços de bacon como forma de combatê-los, fazendo com que os bichos fossem atraídos a eles. Haviam servos que eram responsáveis pela desparasitação todos os dias.
Como o nosso mundo mudou pra melhor... como é bom sermos civilizados e gostamos de uma higienização boa e saudável.
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