Pais de catequisandos, na modernidade.
Pelos noticiários de cada dia, estamos realmente na pós-modernidade. Cada noite vemos no noticiário a relação de crimes de todos os tipos, de roubos, de ricos roubando pobres, de gente importante importando só com os próprios interesses. A lei do “amor a Deus e ao próximo”, foi substituída pelo princípio “o que é bom para mim é bom para os demais”. “Não matar, não roubar, não enganar, não fazer adultério em suas diversas modalidades”, tudo isso é assunto de gente fora de época. Igreja, sacramentos, vida cristã, é coisa de ostentação histórica, mas não traz nenhum compromisso. Os casamentos na Igreja se tornaram desfile de vaidades.
Igreja é assunto de padres que não tem o que fazer... pois é!... depois os padres devem fazer visitas na penitenciaria para levar uma palavra de conforto aos que acreditaram no discurso das novelas, ou não tiverem pais que os encaminhassem na estrada de Jesus.
De fato, esse Jesus com histórias de “Rico e Lázaro”, de almoçar com os pobres, de fala doce com os pequenos, de defender os excluídos, o que ele entende de “bolsa de valores”, de “alta do dólar!”... O mundo precisa de uma religião mais sofisticada, mais moderna, uma religião que autoriza os judas negociarem os inocentes, e os Pilatos a lavarem as mãos diante de tanta roubalheira...
E as famílias, ao anoitecer, necessitam de novelas para relaxarem, para dinamizarem o próprio espaço familiar. E a criançada, que se vire. Para que rezar, em casa. Reza, é coisa de igreja, de padres... hoje, não se necessita rezar, tudo bem pelo trabalho, pela tecnologia. Para que rezar o “Pai nosso... dai-nos hoje o pão nosso!”... Isso é coisa dos tempos antigos.
E os filhos. Bem, hoje, cada dia menos, cada dia um filho só, porque temos que trabalhar para ganhar mais. E depois, o pequeno tem escola, tem creche para passar o dia. Ah, e a catequese!... Nossa, o filho precisa fazer primeira eucaristia, né. Mas, que chatice essas catequeses, essas reuniões. Bom, a gente coloca o filho na catequese, né, e a catequista, que se vire... ela está para “ensinar catecismo” para crianças cujas famílias não rezam em casa, muitas vezes não participam das missas de domingo por puro comodismo. E assim, o quarto mandamento vai para o brejo, porque os “filhos devem honrar os pais”, quando estes “os pais honram os filhos” com verdadeiro amor a Deus. Há uma recíproca neste quarto mandamento, e não uma idolatria dos pais.
Isso faz que a catequese se torne realmente complexa, porque a criança inicia a caminhada por imposição de pais que não sabem bem para que serve a catequese. Julgam apenas que é necessário uma preparaçãozinha sumária para fazer uma “primeira comunhão”, bater umas fotos lindas, e depois, lá na frente poderem casar na Igreja. Não se interessam em conversar com o catequista do filho, em somar com o catequista uma ação que vise fazer do filho um verdadeiro discípulo de Jesus. Afinal, a catequese, sumariamente é uma escola de discipulado para que, mais adiante, com o crisma, se torne uma escola de missionários, ou seja, ser cristão é ser “discípulo missionário”, é ser ativo na comunidade cristã.
Aí, uma pergunta a você que tem filhos na catequese na segunda etapa para o crisma. Foi realizada uma reunião com os pais doscatequisandos desta turma no último dia 13. De agosto. Seria uma reunião com os pais dos catequisantos. Os catequisandos são em número de 78 só da matriz. Mas, infelizmente estavam presentes apenas dezesseis pais na reunião! Você estava presente? Se faltou, sua falta foi justificada por motivos de viagem, saúde, trabalho? Ou simplesmente porque a vida cristã do seu filho não lhe é importante, basta que faça a crisma para escapar deste íncômodo da Igreja que perdura a cinco anos?... Você já conversou alguma vez com a catequisa do seu filho, perguntando como vai, no que ela sugere para viver melhor a vida na família cristã?
Nesta reunião, citada antes, de 95 crianças que se preparam para a crisma, contamos com a presença de..............................
Se a catequese não vai bem, se você tem alguma sugestão para melhorar, a coordenadora da catequese está de plantão quase todos as tardes ao lado da secretaria paroquial.
Ou, você pensa como um pai que postou uma mensagem na uol10.agosto.19, nos seguintes termos.
“um ano e meio para terminar o "" catecismo"" ??? prefiro não deixar meus descendentes fazer (catequese), ou mudar de religião... para que serve aula de catecismo...uma hora e meia... fora gasolina etc.?
Penso que se enquadra bem, aqui, o texto do evangelho deste domingo, dia 25:: “Fazei todo o esforço para entrar pela porta estreita...muitos tentarão entrar e não conseguirão...Começareis a bater dizendo: Senhor, abre-nos a porta...Ele responderá: não sei de onde sois... Começareis a dizer: Comemos, bebemos diante de ti... ensinaste em nossas praças... até mandamos os filhos à catequese”.... E a frase desoladora: Não sei de onde sois”.
O tempo é a nossa riqueza... mas quem não semeia, não colhe.
Texto escrito por Frei Fabiano Zanatta OFM Cap.
Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Cruzeiro do Oeste - PR
Fabiano é frei franciscano que passou uma bela temporada na Igreja Nossa Senhora Aparecida do Jardim Igapó...deixou marcas significativas de realizações e muitas espiritualidades. Quem viveu aqueles tempos tem muita gratidão e o tem em alta estima e consideração. Este artigo encaixa bem nos problemas atuais que mexem com a maioria dos católicos!!!
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