dinheiro não compra felicidade ... mas compra queijo!
Do internauta mineiro de Guaxupé Roberto Rezende ao Blog do mineiro Osvaldo.
Mineiro longe das montanhas é sempre reconhecido pelo
sotaque. Até quando diz “alô”, ao telefone, o interlocutor percebe que está
conversando com um cidadão natural das Alterosas, que fala “trem” e “uai”. Mas
a identificação vai mais longe. Quando alguém nota que está conversando com um
mineiro, dá logo um jeito de contar uma piada que tem um conterrâneo como
personagem e que, quase sempre, tem queijo no meio. Então, a associação de
mineiro com queijo é indissolúvel. É por isso que a discussão atual sobre o queijo minas
artesanal, aquele feito com leite cru, cresce tanto de importância. Aliás, não é justo dizer que os queijeiros não sabem o que
fazer, porque, se tem uma coisa que eles fazem muito bem, há séculos, é queijo
saboroso. Mas novos ingredientes entraram na receita. A preocupação das
autoridades com as condições sanitárias é meritória. Em tempos modernos, não dá
para deixar produto contaminado ou inadequado para o consumo em bancas de
mercados. Esse é um lado da história, mas há outros. Na outra ponta,
os produtores, que sabem fazer queijo muito bem, não têm ideia de como vão
fazer para atender às exigências da legislação. Eles não podem parar de fazer
queijo, porque precisam da renda; eles não podem parar de vender queijo, porque
há gente interessada em saborear a iguaria; e as autoridades sanitárias, de sua
parte, não podem ficar de braços cruzados. Nas exigências,além de vacinas, de controles sanitários e
até de especificações para o rótulo do produto, há uma análise laboratorial
microbiológica e físico química da água e do queijo. Se aqui no texto a
exigência é difícil de entender, imaginem para um produtor da agricultura
familiar. É grego, esperanto ou javanês. Se ele pudesse, seria mais fácil
fechar o botequim, ou melhor, abandonar a queijaria e passar a cantar em outra
freguesia. Mas, em que outra freguesia, se ele só tem aquela?
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