Senhor João Tenório, de Ortigueira perto de Curitiba, fala de seu amor pela roça... são suas simples palavras!
Ele escreveu com seu jeito simples , são suas palavras, que nos mostram o mundo encantado que é a roça. Não importa se as coisas não estão escritas de acordo com a língua portuguesa, porém reflete o que pensa e poetisa o simples homem do campo:
" Mais tem coisas interessantes, em um passado distante , coisas feito rico tesouro importante, que é bom você saber . Detalhes da vida do campo , do doce remanso , onde eu fui nascer. Papai levantava cedinho, ia pro retiro ,tirar leite quentinho, para nós bebe. Depois, limpava o mangueiro, lá era chiqueiro, engorda dos capados, uns porco ajeitado , trem bão de comer.
Deles nos tinha a gordura , pra toda fritura , comida boa e pura, que mamãe caprixava, nas panela ariada , que até brilhava , dava gosto de ver. Mamãe tinha todo capricho e bom trato, com tudo de fato , na casinha de chão batido, coberta de sapê. No quintal, nós tínhamos bastante galinha, um cão perdigueiro, o garda do terreiro, e mais um casal de ganço, nossa campaínha , que algazarra fazia, se alguém chegava na porteira nem precisava bater.
Papai tinha um alazão de carroça, dos bons, manso e de montaria, era nosso transporte, pra cortar o estradão de noite ou dia , com chuva ou sol de muita serventia.
Nois plantava e colhia, um pouco de tudo, até tinha fartura, dava muita verdura, um pomar bom de frutas, docinha docinha, laranja, limão , ameixa ,caqui, goiaba, jaboticaba, dava até abacaxi .
Me lembro bem da passarada, dos cantos e sons, assobios e tons variados, era o mundo enfeitado , com belezas dali , a flores tinham perfumes que iguais numca vi. Sem contar as brincadeiras da criançada , que parecia que tinha mais graça. Pique esconde, estilingue, pião, bolinha de gude, boneca de milho, carrinho roda de cabaça .Tempo bom , quando nós corría pra porteira, ver a choradeira das rodas de madeira, quatro junta de primeira, na frente o cabeceira, do lado o compadre Madureira , como um maestro de orquestra pra nois era festa ver o velho carro de boi , adestrado com zelo e trato, descendo a ladeira, estrada de terra vermelha , roncando e fazendo zueira, deixando só poeira de rastro."
Senhor João Tenório, de Ortigueira perto de Curitiba, fala de seu amor pela roça... são suas simples palavras!
" Mais tem coisas interessantes, em um passado distante , coisas feito rico tesouro importante, que é bom você saber . Detalhes da vida do campo , do doce remanso , onde eu fui nascer. Papai levantava cedinho, ia pro retiro ,tirar leite quentinho, para nós bebe. Depois, limpava o mangueiro, lá era chiqueiro, engorda dos capados, uns porco ajeitado , trem bão de comer.
Me lembro bem da passarada, dos cantos e sons, assobios e tons variados, era o mundo enfeitado , com belezas dali , a flores tinham perfumes que iguais numca vi. Sem contar as brincadeiras da criançada , que parecia que tinha mais graça. Pique esconde, estilingue, pião, bolinha de gude, boneca de milho, carrinho roda de cabaça .Tempo bom , quando nós corría pra porteira, ver a choradeira das rodas de madeira, quatro junta de primeira, na frente o cabeceira, do lado o compadre Madureira , como um maestro de orquestra pra nois era festa ver o velho carro de boi , adestrado com zelo e trato, descendo a ladeira, estrada de terra vermelha , roncando e fazendo zueira, deixando só poeira de rastro."
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