terça-feira, 9 de junho de 2020

HISTÓRIA : "POR QUE ADVOGADO É CHAMADO DE "DOUTOR"?


Por Oráculo ( Rev. Seleções ) -
 Atualizado em 8 jun 2020, 14h10


No Brasil, é uma questão de tradição, que não tem nada a ver com o título acadêmico. Em outros países, porém, só se pode exercer a Medicina após obter o equivalente a um doutorado.
Longa história. Vamos começar pela etimologia da palavra “doutor”. Ela vem do latim doctor, que significa “aquele que ensina” ou, simplesmente, “professor”. Esse sentido se mantém em português, oculto na palavra “docente”, que é um jeito chique de dizer “professor” e geralmente aparece na expressão “corpo docente”. A palavra doctor era uma variação do verbo docere, que significava “ensinar”. Ou seja: era como se doctor significasse, ao pé da letra, “ensinador”.
Até o século 11, na Idade Média, não existiam universidades ou títulos acadêmicos formais, e a palavra doutor, que se espalhou pela Europa de carona no latim, era empregada de maneira intuitiva, para se referir a pessoas com algum estudo, geralmente clérigos católicos (a Igreja Católica detinha o monopólio do conhecimento no oeste da Europa nessa época). Gente que sabia ler era coisa rara. A palavra só começou a ganhar novas acepções com a fundação das primeiras universidades
Com elas, surgiu o título philosophiae doctor (“doutor em filosofia”, mais conhecido pela sigla PhD). É importante notar que a palavra “filosofia”, nessa época, tinha uma acepção bem mais ampla, próxima ao significado original da palavra em grego, que é “amor ao conhecimento”. Os PhDs, então, eram os especialistas máximos em física, ou matemática, ou ciências sociais, ou quaisquer outras áreas que envolvem teoria e pesquisa, e não o exercício prático de uma profissão (como no caso de advogados, médicos e teólogos, por exemplo).

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