José Danilo Rangel.
O Poeta e o Menino
José Danilo tem grande sensibilidade poética... bela poesia que merece ser vista!
Era um homem bom
que se fez poeta
e a quem o duro da Existência
tinha feito sábio.
Todo dia, se sentava
na sua mesa de madeira antiga,
apontava o lápis,
aprumava o caderno
e escrevia um tempo.
E isso se repetia
há muito tempo,
todo dia.
Era visto pelo bairro
com deferência e cuidado,
tinha quem o achasse
um louco, tinha quem
o achasse um imbecil,
Mas o mais da gente
o estimava e por isso,
quando o chamavam de
poeta, não se podia ouvir
senão respeito em suas
vozes.
Naquele dia, se sentou
como de costume, diante
do caderno, mas antes
que pudesse fazer
o primeiro risco
Um menino,
muito curioso, bateu palma
no portão e pediu pra
entrar.
Entrou e já foi perguntando
pelo que o senhor estava
fazendo.
- Poemas - ele respondeu
com sua magreza calma.
- Pra quê?
- Eu quero me tornar
um grande poeta.
Criar com essas mãos
uma obra imortal...
- E isso demora muito?
- Às vezes,
uma vida inteira.
- Tu não cansa?
- Às vezes, canso.
- E por que não para?
- Tá vendo aquela estante?
Tem muitos livros nela,
não tem?
- Um montão.
- E se você tivesse que
ler todos?
- Eu nem começava.
Tem muito livro, tio!
- Pois vou te dizer
uma coisa:
Comemore cada passo adiante
e não vai parecer tão distante
o fim de uma longa
caminhada.
Nisso, o menino coçou
o queixo, olhou a estante
de cima à baixo, e, por fim,
cruzando os braços,
disse:
- Não entendi foi nada…
O poeta riu um riso
sossegado:
- Não precisa pressa, um
dia vai entender. E quando
entender, vai comemorar...
que se fez poeta
e a quem o duro da Existência
tinha feito sábio.
Todo dia, se sentava
na sua mesa de madeira antiga,
apontava o lápis,
aprumava o caderno
e escrevia um tempo.
há muito tempo,
todo dia.
Era visto pelo bairro
com deferência e cuidado,
tinha quem o achasse
um louco, tinha quem
o achasse um imbecil,
Mas o mais da gente
o estimava e por isso,
quando o chamavam de
poeta, não se podia ouvir
senão respeito em suas
vozes.
Naquele dia, se sentou
como de costume, diante
do caderno, mas antes
que pudesse fazer
o primeiro risco
Um menino,
muito curioso, bateu palma
no portão e pediu pra
entrar.
Entrou e já foi perguntando
pelo que o senhor estava
fazendo.
- Poemas - ele respondeu
com sua magreza calma.
- Pra quê?
- Eu quero me tornar
um grande poeta.
Criar com essas mãos
uma obra imortal...
- E isso demora muito?
- Às vezes,
uma vida inteira.
- Tu não cansa?
- Às vezes, canso.
- E por que não para?
- Tá vendo aquela estante?
Tem muitos livros nela,
não tem?
- Um montão.
- E se você tivesse que
ler todos?
- Eu nem começava.
Tem muito livro, tio!
- Pois vou te dizer
uma coisa:
Comemore cada passo adiante
e não vai parecer tão distante
o fim de uma longa
caminhada.
Nisso, o menino coçou
o queixo, olhou a estante
de cima à baixo, e, por fim,
cruzando os braços,
disse:
- Não entendi foi nada…
O poeta riu um riso
sossegado:
- Não precisa pressa, um
dia vai entender. E quando
entender, vai comemorar...
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