Sabemos de cor e rezamos o Creio. Forte oração de fé. Em menos de
um minuto, podemos recitar a Profissão de Fé. Poucas vezes o fazemos,
no entanto, conscientes de que ali está um resumo perfeito e completo
daquilo que os apóstolos colheram dos lábios de Jesus e da convivência
com ele, e que expressa toda a riqueza de nossa fé.
“O hábito franciscano o faz citar nomes de primeira grandeza do pensamento
franciscano como Santo Antônio, São Boaventura ou São Bernardino de Sena.
Também não deixa de lado os últimos papas que debulharam em seus
ensinamentos as formulações do Concílio Vaticano II”
“Nestes tempos de pluralismo e indiferença, de relativismo e profusão de crenças,
em que tantos se sentem confusos e sem rumo em sua fé, tempo também de
profunda sede de Deus, encontrar solidez e pureza da fé no Símbolo dos
Apóstolos é uma graça e um estímulo para viver bem e anunciar com
coragem o que a vida cristã tem de melhor.
“A fé não dispensa dúvidas. A dúvida é a antessala da verdade. Ou como dizia
um excelente mestre de minha juventude: a dúvida é o noviciado da verdade.
A fé não dispensa a procura. Todos nós somos seres à procura. Deus quer
ser procurado, ainda que se diga que ele é o Emanuel, ou seja, o Deus
conosco (Mt 1,23); ainda que Jesus tenha prometido estar presente onde
dois ou três se reunirem em seu nome (Mt 18,20). A fé não dispensa a espera,
mesmo quando temos de esperar contra toda esperança (Rm 4,18).
A fé deve também acostumar-se ao silêncio de Deus, porque, se é verdade
que Deus é palavra por excelência e fala em todas as criaturas, é também
verdade que, muitas vezes, se distancia no mistério do silêncio”,
escreve Frei Clarêncio Neotti é jornalista e escritor.
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