Certa manhã, José, um homem muito sábio, convidou seu filho para dar um passeio no bosque. Eles se detiveram numa clareira e depois de um pequeno silêncio o pai perguntou:
– Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
O filho apurou os ouvidos alguns segundos e respondeu:
– Estou ouvindo um barulho de carroça.
– Isso mesmo - disse José - é uma carroça vazia. E o filho perguntou ao pai:
– Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
– Ora - respondeu o pai
- é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.
Aquele jovem tornou-se adulto e, até hoje, quando vê uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todos e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, ele tem a impressão de ouvir a voz do seu pai dizendo:
- “Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz”.
“Vivemos numa época perigosa. O homem domina a natureza antes que tenha aprendido a dominar-se a si mesmo.”
Albert Schweitzer
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