Sei que é bom fazer parte da Academia Brasileira de Letras , falar de cultura, expressar sobre literatura, engajar-se nas atividades culturais. Muito bom diversificar a escolha de novos imortais, passando a admitir intelectuais que não são escritores famosos, mas têm reconhecida contribuição à cultura com suas opiniões na mídia.Fernanda Montenegro e Gilberto Gil, eleitos recentemente para a ABL, são dois exemplo dessa mudança de postura dos que fazem a Academia, à frente o atual presidente, escritor e poeta Marco Lucches. Há divergências de pensar que os reconhecem a atriz e do cantor para as artes e a cultura. Entendem que produção da escrita, das letras, não se resume à literatura, simplesmente.Cada um deles lançou apenas um ou dois livros, mas durante toda uma vida (ela tem 92 anos e ele 79) contribuíram com o pensamento nacional no teatro, na música, através de cartas, artigos na imprensa, entrevistas e até pronunciamentos públicos.Essa é a visão que a direção da ABL está tendo. Pode ter sido influenciada, inclusive, por decisão do Academia Sueca, que em 2016 concedeu ao cantor e compositor americano Bod Dylan o Prêmio Nobel de Literatura.Por essa visão, os versos de Dylan, ou de Gilberto Gil, no Brasil, teriam maior valor literário que contos ou romances de textos precários.Existem mais vagas em aberto na Academia Brasileira de Letras, e pelo jeito a nova política cultural da ABL vai continuar.Acho que os dois lados - os que defendem e os que criticam a eleição de não escritores - têm bons argumentos.
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