domingo, 20 de fevereiro de 2022

E AGORA, JOSÉ ?

 





E agora?
Agora, é ficar em casa
roendo as unhas
sentindo a impotência
dominar nossa vida
sem sair prá rua,
sem encontrar saída
tal como barata-tonta
sem encontrar
guarida!

___Taís Luso___                                 

Nós brasileiros, estamos passando por momentos muito tristes (como o mundo inteiro), mas também momentos constrangedores - cruzes!  Às vezes me sinto sol, outras vezes lua. São os contrastes que vivenciamos nesses momentos. Um lindo país, com um povo sofrendo e muito  preocupado com o rebuliço político interno. 

É difícil dançar nessa roda de milhões de opiniões, muitas discórdias e uma coleção razoável de 'pérolas' soltas para o mundo! Poucos acertos na esfera  política  que continua sendo a arte de governar.  Mas quando essa arte não atinge seus objetivos, o povo paga, e leva tiro no pé de quem menos  se espera.

Manifestações infelizes, não ajudam em nada.  Acreditávamos  numa boa segurança, saúde e educação. Esse foi o nosso trio mais esperado. Mas já escutamos muitos absurdos; tantas coisas vivenciamos e tantas dúvidas!  Estamos exaustos! Mas, ainda, no aguardo de soluções.

O assunto sobre o Covid 19, medicamentos e vacinas, andou saindo recentemente da seara científica para entrar em disputa ideológica. E o povo que se ferre, há coisas mais importantes, não? Tá bom. Há muita coisa errada nesse belo pedaço das Américas, e que exigiria melhores explicações.

Como lidar com essa pandemia era  pergunta frequente, lá atrás, no mês de fevereiro de 2020.  Infelizmente, a pandemia aportou no Brasil em pleno carnaval, e que logo virou uma infinita agonia. Um carnaval no momento errado.

Ficamos estarrecidos! Não era normal tanto sofrimento trazido por um vírus desconhecido; tantas dores! Hoje mais de 166.000 brasileiros já faleceram pelo covid 19. Coisa nada normal. No entanto, alguns ainda querem a vidinha de antes, sem relevarem o perigo do contágio e das internações hospitalares.  Difícil de entender. Isso é uma pandemia!!

Parece que a dor não atinge e nem comove todas as pessoas. Estamos órfãs de cuidados e de consolo. Estamos temerosos com as perdas de nossos parentes, amigos, colegas.  Creio, no entanto, que estamos mais fortes, há maior conscientização do povo, mas ainda falta muito. Percebemos a realidade, ainda que amedrontados, mas não mais iludidos. E tampouco tímidos. Tentaremos juntar mais de nossas energias, sabendo no entanto,  que  outros continuarão a dançar numa Festa de Arromba num ano de tantos desencontros. 

                   Tenho  esperança, e  venceremos juntos, embora nossos caminhos estejam mais para a incerteza. Um mundo confuso onde se fala de paz, mas não se vive em paz. Passamos uma vida inteira tentando acertar o caminhomas percebemos que a estrada sonhada não mais existe. 

"E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

e agora,  José?"


 (Drummond -  estrofe de "E Agora José")



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