quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

ESCOLA PARTICULAR É MELHOR QUE A PÚBLICA?

 




Há tão grande diferença entre a escola particular e a pública? Será que a escola paga é melhor? Os resultados são diferentes? Há diferença nos resultados do Enem, certo? 
Não. E daí? Contra fatos não há argumentos. Eis justificativas:
fato número 1: as médias das escolas nas avaliações de aprendizagem – que, por sua vez, são decorrentes dos resultados (desiguais) de seus alunos – são uma combinação de vários fatores, mas especialmente de dois:
do que os alunos aprenderam fora da escola; e
da capacidade de a escola adicionar novas aprendizagens.
Coloco aqui, na palavra aprendizagem, conteúdos, habilidades e, portanto, as competências dos alunos. Ou seja, que fatos e informações eles conhecem, de que forma usam essas informações em contexto, sendo assim competentes em algumas áreas (leitura, matemática, etc.).
Vocês sabem quanto representa cada um desses pontos acima na nota final de um aluno?
Há evidências na literatura da Educação que apontam que metade do resultado do aluno em testes é formado pelo seu aprendizado fora da escola, e outra metade, pelo que a escola acrescenta ao seu conhecimento. Há estudos que mostram até que a proporção é de 2/3 e 1/3, respectivamente.
Mas vamos ficar aqui com a estimativa mais conservadora, de meio a meio, e partir para o segundo fato:
fato número 2: quanto maior a renda da família, maiores as oportunidades de as crianças e jovens aprenderem fora da escola, pois têm maior possibilidade de acesso a bens culturais, livros, tecnologia, etc.
Como as escolas privadas recebem, em geral, alunos de maior renda, que já partem de um patamar de aprendizagens mais alto, conseguem chegar a um resultado consequentemente melhor.
Da mesma forma, as escolas públicas, que atendem em geral alunos com renda mais baixa e aqueles historicamente mais excluídos, partem de um patamar mais baixo. E acabam por ter um resultado final menor.
Há escolas públicas que adicionam a mesma aprendizagem ou até mais do que as privadas, mas, ainda assim os resultados são menores, porque o ponto de partida é diferente.
Por isso, temos que parar de estigmatizar a escola pública com o rótulo de pior que a particular. 
Precisamos apoiar as famílias dos 40 milhões de alunos da escola pública (que são mais de 80% do total de estudantes da Educação Básica) com oportunidades educativas além da escola, como mais acesso a bens culturais, a leitura e a novos repertórios de conhecimento. Essa é uma frente que não podemos ignorar para avançarmos na qualidade da educação pública do País.
E é claro que o poder público tem um papel importantíssimo para isso, mas todos nós também podemos contribuir no nosso dia a dia.

                                                          Reflexão do Blog:
 Estudar ou não em uma escola particular pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. É o que revelam os números do Censo Escolar 2016. A pesquisa divulgada pelo insuspeito Inep, do Ministério da Educação, revela que na educação básica o segmento privado de ensino registrou forte crescimento na última década: do 1º ao 5º ano o aumento foi de 34,9% em oito anos, até ano passado. E nos anos finais, do 6º ao 9º ano da rede particular, a alta no número de matrículas do mesmo período foi de 15,3%.


"A gente sabe que a educação privada é um objeto de desejo das famílias, que acreditam que a escola privada é bem melhor que a pública", avaliou ao Valor Econômico a educadora Priscila Cruz, fundadora e presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação."

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