sábado, 26 de fevereiro de 2022

SENHOR JOÃO, HOMEM SIMPLES, FALA DE SEU AMOR PELA ROÇA!

 


                

                


Senhor João Tenório, morando em um sítio no sul de Minas Gerais, fala em simples palavras de seu amor pela roça onde não há a correria da cidade!     
     Os mais belos momentos do mundo a gente passa no campo. Mais tem coisas interessantes, em um passado distante, coisas feito rico tesouro importante, que é bom você saber .
   Detalhes da vida do campo,doce remanso,onde eu fui nascer.Papai levantava cedinho, ia pro retiro tirar leite quentinho,pra nós beber. Depois a gente tomava café, tinha sempre um queijo, pão caseiro na mesa perto do fogão a lenha...
    Depois, limpava o mangueiro, lá era chiqueiro,engorda dos capados,uns porcos ajeitados... trem bão de comer.
          Deles nos tinha a gordura ,pra toda fritura comida boa e pura, que mamãe caprichava, nas panelas areadas ,que até brilhavam , dava gosto de ver.Mamãe tinha todo capricho e bom trato, com tudo de fato , na casinha de chão batido, coberta de sapê. No quintal, nós tínhamos bastante galinha, um cão perdigueiro, o guarda do terreiro, e mais um casal de ganso, nossa campainha, que algazarra fazia, se alguém chegava na porteira nem precisava bater.
      Papai tinha um alazão de carroça, dos bons, manso e de montaria, era nosso transporte, pra cortar o estradão de noite ou dia ,com chuva ou sol de muita serventia.
      A gente plantava e colhia, um pouco de tudo, até tinha fartura, dava muita verdura ,um pomar bom de frutas : laranja, limão, ameixa, caqui, goiaba, jabuticaba, dava até abacaxi .
    Me lembro bem da passarada, dos cantos e sons, assobios e tons variados, era o mundo enfeitado, com belezas dali, a flores tinham perfumes que iguais nunca vi.
     Sem contar as brincadeiras da criançada,que parecia que tinha mais graça. 
Pique esconde, estilingue, pião, bolinha de gude, boneca de milho, carrinho roda de cabaça. Tempo bom quando nós corria pra porteira, ver a choradeira das rodas de madeira, quatro junta de primeira, na frente o cabeceira, do lado o compadre Madureira, como um maestro de orquestra , pra nóis era festa ver o velho carro de boi adestrado com zelo e trato, descendo a ladeira, estrada de terra vermelha...roncando e fazendo barulho, deixando só poeira de rastro.
Nossa quem mora no campo, numa modesta casinha, onde não falta nada para o sustento de sua família...pra quê morar na cidade?

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