A enfermeira mundialmente conhecida por pedir silêncio em ambientes médicos e hospitalares não é enfermeira. Trata-se da modelo argentina Muriel Mercedes Wabney. Ela aparece com o dedo indicador diante dos lábios.A identidade dela foi revelada há exatos 50 anos pela extinta revista “Paralelo 38”. Ela foi capa da edição 321, de 5 de setembro de 1970: “El rosto que habla” (O rosto que fala). Segundo a reportagem, a ideia partiu de um propagandista chamado Juan Craichik, que trabalhava para o Laboratório Taranto, fabricante de instrumentos cirúrgicos e laboratoriais. Em 1953, durante a visita a um hospital em Rosário, Craichik se incomodou com o ambiente barulhento da sala de espera. “A sala estava lotada e,de vez em quando, uma enfermeira pedia silêncio”. Ele, então, pensou numa imagem forte que cumprisse essa função.Os donos do Taranto gostaram da ideia. Recrutaram várias modelos e Muriel foi a escolhida para estampar a foto. “Seu rosto era diferente, suave, harmonioso, de aparência doce … autoritariamente doce”, explicou Craichik. Muriel já tinha sido modelo exclusiva da loja Harrod’s, versão argentina da famosa loja inglesa. Também tinha sido modelo do costureiro Jean Cartier e da fábrica de tecidos Ducilo. A sessão de fotos durou uma tarde inteira. O autor da ideia e a empresa não lucraram nada com a distribuição mundial dessa imagem. Foi um trabalho meramente institucional.Pouco se sabe sobre a vida da discreta Muriel. Em entrevista a Carlos Guardiola, na década de 1970, ela disse que era casada, mas não tinha filhos. O repórter perguntou o que ela sentia ao ver a imagem quando ia a um hospital ou a uma clínica. Muriel respondeu: “Que o tempo passa… De todo o modo, é uma grande satisfação”.
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