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Você é um cidadão sedentário e hiperativo. Trabalha o dia todo em frente ao computador. Às vezes fica navegando na tela mundial do computador, no mar imenso da internet, repleta de informações (algumas delas equivocadas). Você se depara com parafernálias da tecnologia, com apetrechos indispensáveis para facilitar a vida. Seu vislumbre mostra sua saliência estomacal protuberante, que chega sempre primeiro. A obesidade é um ganho moderno. Antigamente não se via tanta notícia de tendinite, fibromialgia,depressões,transtornos bipolares e outros nomes complexos que não
valem a pena citar aqui. Há complicações de saúde. Pertencer a uma sociedade é fazer parte de um número, com diretos e deveres restritos aos seus interesses. Nas repartições, os serviços são prestados de tal forma que tudo fique bem controlado e comprovado. No carro: vidros e portas fechadas. Nas ruas muitos se enclausuram por trás de óculos escuros e fones de ouvido para não dar conversa a mais ninguém. Antes, se conversava mais. O sedentarismo é vício moderno, e esse mundo atual está cheio de manias estranhas. A hiperatividade parece ser uma necessidade de um tempo em que não há nenhum lapso a perder. Tudo é para já,
em estágio acelerado. Antes, todo preparo deixava a espectativa do sabor mais intenso. A hiperatividade e o sedentarismo são também outros ganhos da modernidade. Alguns sofrem ataques cardíacos. Não dando nem tempo de chegar até o hospital. Toda pressa que se tinha para ocupar o tempo foi desperdiçado pelos afazeres da vida. Ainda hoje podemos deixar no passado o que lá deve ficar. Ainda hoje podemos resgatar o tesouro de sonhos que outrora eram nítidos. Ainda hoje podemos tirar o peso dos ombros,o fardo galgado por tempos diversos e perdoar as próprias falhas. As novas ações podem iniciar ciclos que consertam velhas etapas. No livro I Ching, o mais antigo do mundo, já se sabia que o perdão
e o obrigado são segredos para a vitalidade da alma. Que você tenha tempo de resgatar suas preciosidades.
Leonardo Teixeira.(escritorleo@gmail.com)
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