Se eu soubesse que esse mundo . Estava tão corrompidoEu tinha feito uma greve . Porém não tinha nascidoMinha mãe não me dizia. A queda da monarquiaEu nasci, fui enganado. Pra viver neste mundoMagro, trapilho, corcundo, Além de tudo selado.Assim mesmo meu avô. Quando eu pegava a chorar,Ele dizia não chore . O tempo vai melhorar.Eu de tolo acreditava. Por inocente esperavaAinda me sentar num trono. Vovó para me distrairDizia tempo há de vir. Que dinheiro não tem dono.
Leandro Gomes de Barros nasceu em 1860 na Paraíba e
começou a viver da escrita por volta dos 30 anos, até então,
trabalhou em diversas funções.
Leandro foi um homem crítico, denunciando abusos de poder, abordando temas como política, religião, e acontecimentos importantes na época como a Guerra de Canudos e o cometa Halley.
Nesse poema As misérias da época, o autor exibe um descontentamento com a difícil condição humana frente às injustiças dos poderosos. Ao mesmo tempo, relata a esperança de dias melhores, combinada com uma certa frustração.
4. Ser nordestino - Bráulio Bessa
Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapaduraSou vida difícil e duraSou nordeste brasileiroSou cantador violeiro, sou alegria ao choverSou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfinoQuanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de serDa minha cabeça chata, do meu sotaque arrastadoDo nosso solo rachado, dessa gente maltratadaQuase sempre injustiçada, acostumada a sofrerMais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde meninoQuanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de serTerra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato AragãoAriano e Patativa. Gente boa, criativaIsso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizerMuito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestinoMais tenho orgulho de ser.
Poeta cearense Bráulio Bessa, nascido em 1985.
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