segunda-feira, 27 de junho de 2022

Relojão de Londrina, marca e vê tudo sobre a cidade!








 Quem vê Londrina assim, no alto dos seus mais de 800 mil habitantes e com o título de um dos municípios mais verticalizados do Brasil, tem dificuldade em imaginar a cidade com 134.821 moradores, poucos prédios, ruas de paralelepípedos… Pois era essa a realidade londrinense em 1960, quando a cidade vivia um “boom” de modernização e urbanização impulsionados pelo café. E foi naquele ano que o Edifício América, famoso por abrigar o “Relojão É difícil encontrar alguém que não o conheça. No entanto, o que pouca gente sabe é como ele é mantido em funcionamento e quem garante que os ponteiros de mais de três metros continuem funcionando. Estamos aqui para contar essa história:"Senhor Ueda do Relojão" Um jovem relojoeiro paulista de 26 anos chegava a Londrina em 1963 para abrir sua própria relojoaria. A história de Tetsuo Ueda em nossa cidade começou aí, quando ele e o irmão abriram as portas da primeira loja da família, na Rua Santa Catarina, bem no coração do município. E foi no coração de Londrina que os Ueda permaneceram. Tetsuo desfez a sociedade com o irmão em 1969 e passou a comandar sua segunda relojoaria sozinho, dessa vez na Rua Mato Grosso até passar para o ponto em que permanece até hoje, na Rua Sergipe.

Das lojas do Centro Histórico, Ueda observou o crescimento da cidade. As ruas de paralelepípedo se tornaram asfalto, os prédios brotaram em todos os cantos. E esse desenvolvimento também foi acompanhado do alto dos 15 andares do Edifício América, pois a partir de 1972, o relojoeiro também assumiu a manutenção do Relojão. “Quando eu cheguei, em 1963, já existia o Relojão, mas não tinha ninguém responsável pela manutenção e ele ficava sempre parado, precisavam de alguém que entendesse da máquina daquela marca específica”, comenda Ueda. Foi em 1972 que ele começou a trabalhar com a assistência da fábrica do Relojão, que é a Dimep. "Logo que eu assumi a posição, o dono do Relojão à época entrou em contato com a fábrica em busca de alguém para consertar a máquina, que vivia parada. A Dimep então recomendou o meu nome e continuei com a manutenção até os dias de hoje”, conta Ueda.começo da década de 70 para cá, o dono do Relojão já mudou diversas vezes. O relojoeiro permaneceu. E ele nem precisa que alguém entre em contato caso algo aconteça com o relógio. O cuidado é tanto que Ueda está sempre de olho no relógio gigante e a qualquer sinal de interferência nos ponteiros, ele vai lá e corrige. Atualmente, quem faz as honras é o filho de Ueda, Carlos, que assumiu a manutenção do Relojão há pouco tempo. Farmacêutico por formação, Carlos não conseguiu "fugir" do trabalho como relojoeiro. Mas ele também nem queria. Ao crescer dentro das lojas do pai e ao observar o patriarca trabalhando e consertando minuciosamente os relógios durante toda a infância e adolescência, foi natural que ele tivesse curiosidade e vontade de fazer o mesmo. “A gente cresceu dentro da relojoaria, sempre tivemos curiosidade em aprender a consertar relógios e o pai ensinava”, relembra Carlos. “Começamos a desmontar os relógios e na hora de montar de novo sobrava um monte de peça. Precisávamos da ajuda do pai para montar corretamente e fomos aprendendo”, continua. Dos três filhos de Tetsuo, dois (contando com Carlos), trabalham na loja.Para Carlos, o orgulho em assumir essa responsabilidade é dobrado. Além de continuar o trabalho que o pai fez por várias décadas, ele também é incubido da tarefa de cuidar de algo que é referência em Londrina, cidade que abrigou a família com muito carinho.

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