terça-feira, 3 de janeiro de 2023

CONFESSO QUE NÃO SEI O QUE FAZER! FAZER O QUÊ?

 


 

"Nesta vida já  passei por várias etapas. Hoje estou melhor que antes. Já fui moleque, hoje eu sou um homem honesto. Nasci plebeu, mas meu destino é viver bem. Eu tô numa fase estranha. Coisas ruins não param de me acontecer. Eu mantenho a cabeça erguida. Porque o arco-íris vem depois de chover .Sem responsa, sem estresse em tudo. A vida tem me chacoalhado. Usava roupa velha, hoje uso grifeO que não mudou é que sempre tive Deus ao meu lado. Tenho passado por várias fases. A negatividade não me consome. Se não sei fazer, não faço. Fazer o quê???"

                                                         Autoria de Jeferson de Alencar-Curitiba-PR
Fonte: Musixmatch



Nunca podemos dizer " não há nada a fazer ", pois sempre há algo que se possa fazer. Quem trabalha no cuidado de pessoas doentes se defronta com situações em que parece não haver mais nada a fazer. São situações nas quais os recursos da medicina e demais profissões da saúde parecem inúteis e o sofrimento do paciente e seus familiares, insuperáveis. Nesses momentos, que não são poucos, é preciso reestruturar a própria visão e procurar novas perspectivas que revelem oportunidades de ação.
Para se ter uma idéia da importância dessas situações limites, basta dizer que nos últimos anos foi criada e vem se fortalecendo a chamada medicina paliativa que tem como objetivo prover cuidados àqueles que, à primeira vista, parecem intratáveis. São pessoas que vivem dores crônicas, que têm câncer terminal ou doenças degenerativas. São doentes para os quais não há possibilidade de cirurgia, os medicamentos não são capazes de frear a evolução do problema e a qualidade de vida está seriamente comprometida por questões como imobilismo, incapacidade de se alimentar ou falta de ar constante.
Quando pensamos em cuidados paliativos nos vêm à mente os pacientes terminais, nos estágios finais de doenças. Todavia, especialmente na neurologia, temos muitas outras condições clínicas que não são necessariamente terminais e que representam um desafio ainda maior. Imaginemos as pessoas portadoras de distúrbios de base genética que têm uma vida longa pela frente, que deverão aprender a conviver com limitações físicas e mentais importantes e até com a degradação orgânica progressiva. Pensemos naquelas vítimas de acidentes vasculares cerebrais ou de traumatismo craniano que tiveram sua funcionalidade e independência tomadas de assalto por uma lesão abrupta. Lembremos dos pacientes com Alzheimer que viverão, em média, 5 a 10 anos após o diagnóstico e que têm uma série de obstáculos pela frente.
A primeira coisa a fazer é se livrar do pessimismo que existe até mesmo dentro da classe médica. Alguns especialistas acostumados a tratar patologias que permitem intervenções curativas, como um cálculo na vesícula ou uma apendicite, podem imaginar (e imaginam) que certos pacientes não merecem “investimento” porque possuem doenças intratáveis. Na nossa prática, aprendemos que sempre há o que fazer. Os médicos, podem intervir e melhorar a situação geral com algumas mudanças de visão.



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