Às vezes ficávamos na praça da matriz passeando ou simplesmente sentados nos bancos. Quando veio a televisão, pouca gente possuía o aparelho, muitos visitavam os amigos para ver alguma atração. A televisão tinha poucos canais saía do ar depois de certo horário, o Bombril era na antena e o ajuste da horizontal era uma técnica. O futebol era na rua, datas vazias, "as peladas" aconteciam e os escorregões eram normais na disputa da bola. Puxa como era bom este entrosamento, o coleguismo! O nosso som era legal, rádio, vitrola e bons tempos em que se rebobinava fita K-7 na caneta, alugava filmes no VHS.
Para conquistar as meninas o topete era legal o cabelo era arranjado com ajuda de brilhantina, dando estilo Elvis Presley. O protetor solar era Hipoglós, as mães usavam um bronzeador , não se lembra de que marca, e não havia preocupação com as pintas e manchas irregulares da pele. Não se falava tanto em doenças como hoje. O super homem era nosso herói, pelé era nosso craque do futebol, Roberto Carlos nosso ídolo. Ah, esses momentos que não voltam mais. Saindo dos sonhos vemos a realidade. Temos que colocar na cabeça: que passou, passou recordar o passado é sofrer duas vezes mais.
Parece que ficamos mais velhos quando estamos presos em momentos levados através da poeira inexorável do tempo. Como esquecer coisas boas do passado? É um filme que passa em nossa cabeça. Não há como escapar de nosso passado não há como não pensar.
Que mundão desarmônico... O que era certo hoje não o é mais. Hoje somos aprisionados pela comunicação. Não temos sossego, não há um segundo em que não somos alertados pela comunicação. Mensagens no WhatsApp, celular chama, o wi-fi aciona, não temos descanso, quando não é a internet é a televisão... não dá pra escapar vivemos numa prisão. O mundo é outro. A privacidade já era. Adianta chorar? Lamentar? Não é a modernidade que tira nossa tranquilidade. Será que buscar o passado é a maneira mais fácil de proteger, pensar nas coisas simples e colocar de lado tudo isto que às vezes atrapalha? É “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”... mas continuo a sonhar com os tempos de rapaz que se foi num zás-trás! Hoje vivo a vida que Deus me dá, agradecendo cada instante e satisfeito de continuar vivendo e amando tudo que tenho!!!
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