1) A cognição
Pesquisando Cognição aqui diz respeito à tudo o que pensamos, principalmente através de imagens e através de sons. Quando digo que uma pessoa que fala pouco, pensa muito, afirmo com total convicção não porque tenha me sido dado o privilégio de ver a mente das pessoas, mas sim porque podemos fazer diversos experimentos que comprovarão a dificuldade das pessoas de ficar em silêncio. Se solicitarmos que a pessoa fique em silêncio, ela vai depois nos contar que é praticamente impossível ficar em silêncio – interno – por alguns minutos que seja. Contudo, as pessoas que se dedicam a uma vida introspectiva, religiosa ou espiritual, tendem a ser mais silenciosas. Exemplo disso são os monges do Oriente e, mais perto de nós, alguns padres através dos quais notamos um tom de voz calmo e tranquilo – o que é reflexo do seu estilo de vida e de seu pensamento.
Uma pessoa que era até o mês passado uma pessoa falante, mas que simplesmente parou de falar e apresenta uma mudança comportamental digna de nota. Ela pode estar, por exemplo, passando por um quadro de depressão. A mudança no afeto e na motivação, típicas da depressão e de outros transtornos mentais, explica a mudança de comportamento, de falar muito para falar quase nada. Na direção oposta encontram-se os estados maníacos e hipomaníacos nos quais o paciente que falava com uma frequência normal passava a falar sem parar. Evidente que não temos que falar em transtornos mentais para mostrar que uma diferença no estado emocional vai afetar o comportamento verbal. Para além das nosologias, temos os dias em que estamos mais animados e falamos mais e os dias em que estamos mais desanimados e falamos menos.
3) O ambiente
De acordo com a psicologia comportamental, o comportamento verbal é um comportamento como outro qualquer e deve ser entendido a partir do que acontece antes e do que acontece depois como todo e qualquer outro comportamento. Por exemplo, uma pessoa está quieta. Se lhe perguntamos que horas são, isto será o antes do comportamento que, por sua vez, vai aumentar a probabilidade de a pessoa responder “- agora é meio-dia”. O que vem depois – “obrigado” – também afetará a tendência futura de a pessoa responder a uma pergunta.
E com consequências agradáveis e desagradáveis, vamos descobrindo o que falar e com quem falar. Assim, falamos de futebol com quem gosta de futebol e de astrofísica com quem é fascinado pelo assunto… De modo que quem fala demais ou não teve experiências externas aversivas ou não deu importância a elas. Um exemplo contrário é o caso do mutismo seletivo, diagnosticado no DSM-IV.
4) O cérebro e o corpo
Uma outra alternativa para explicar o comportamento verbal excessivo é o funcionamento do cérebro e do corpo. Se você ingerir uma substância como álcool, a química da substância irá interferir no seu cérebro, e, com isso, haverá a tendência maior de falar mais.
Conclusão
Portanto, penso que podemos concluir que existem diversos motivos que explicam o fato de uma pessoa falar demais. É importante nos lembrarmos que qualquer pessoa que encontrarmos pensará demais. Entretanto, devido à criação, circunstâncias, postura corporal e motivações e afetos, o comportamento variará do silêncio à fala ininterrupta.
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